Entrevista: Sérgio Guerra - Presidente nacional do PSDB
Reeleito para mais dois anos como presidente nacional do PSDB, o deputado federal Sérgio Guerra defende a bandeira da união no partido. Nessa entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, concedida ontem, o tucano desmente um racha no partido, especulado após o ex-governador José Serra (SP) ter pleiteado um cargo na executiva para se viabilizar como presidenciável pela terceira vez, em 2014. Abrigado no Conselho Político, o paulista ficou “muito mais inserido no partido”, segundo Guerra. Porém, o dirigente admite que o senador Aécio Neves (MG) tem mais condições de disputar a Presidência da República, mas ressalta que esse assunto será tratado pela próxima executiva, da qual não fará parte. “Não é meu desejo, já dei a contribuição que tinha que dar”, declara.
Sobre a relação do PSDB com o governador Eduardo Campos (PSB), Guerra aponta que sua intenção é trabalhar pelo Estado. “Eduardo não é nosso adversário, mas alguém que um dia poderá ser nosso aliado”, define.
O senhor foi reeleito para a presidência nacional do PSDB. No entanto, o período antes da convenção foi conturbado e evidenciou um racha no partido. De que maneira a situação foi contornada?
Ao longo de todo esse período, especulou-se muito sobre divisões no PSDB, um assunto que nunca sai dos jornais. Essas divisões de fato existem, mas não têm a gravidade nem a frequência que a Imprensa publica. Essa divisão não se consumou nessa eleição. Nunca se formou outra chapa. Se era para ter disputa, necessariamente teria que haver mais de uma chapa para ser votada na convenção, e não houve. Fazer a executiva do partido não foi matéria ampla de discórdia. O critério foi botar gente que tivesse competência, experiência e dedicação.
Foi noticiado que o ex-governador José Serra queria uma vaga no ITV, que acabou indo para o ex-senador Tasso Jereissati. Como foi a costura?
Os objetivos do Serra nunca foram formulados por ele. Em nenhum momento ele disse que era candidato a qualquer coisa. Há uma semana, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, falou comigo e com o senador Aécio Neves sobre a ideia de ocupar a secretaria-geral do partido com Alberto Goldman, que é nosso vice-presidente, e Serra ir para o ITV. Mas já havia um convite feito ao Tasso, que tem muito nome, já presidiu o partido duas vezes e foi pré-candidato à Presidência da República.
Mas Serra já tinha sido sondado e recusou antes o ITV...
Há quatro meses, o Serra disse aos jornais brasileiros que não desejava o ITV. Só na última semana ele admitiu que poderia ser presidente do ITV. Não havia mais tempo, as coisas já estavam estruturadas, e foi mais conveniente a solução encontrada. Serra ficou muito mais inserido no partido, porque vai presidir o Conselho Político.
Na convenção, quando questionado sobre o funcionamento do Conselho Político, Serra falou para perguntar ao senhor. Então, como funcionará esse órgão?
O Conselho, instado pela executiva nacional, vai decidir sobre temas centrais, como coligações nacionais, fusões ou incorporações. E como será o processo de escolha do (candidato a) presidente da República. Essas questões são próprias e só serão deliberadas pelo Conselho, provocado pela executiva nacional. O Conselho terá muita força, porque essas matérias centralizam a discussão mais ampla do PSDB.
Então todas as arestas foram aparadas?
Eu diria que sim, porque as coisas são publicitadas. Não sei como são as disputas do PT, mas não são também harmoniosas. Eles estão mais avançados do que nós, porque têm uma certa noção de processo. Eles têm instâncias para resolver as questões deles, e nós não temos. Esse tipo de definição termina se dando pela convenção e na convenção. Tem que planejar para que não seja assim.
A convenção favoreceu o senador Aécio Neves, tido como candidato natural para 2014?
Aécio tem uma grande chance de ser o nosso candidato, mas esse é um assunto precoce e que essa executiva nem vai cuidar. Em dois anos será eleita outra executiva, que irá estruturar a escolha dos candidatos. Não essa de agora.
Isso se a atual não for prolongada, como ocorreu no passado...
Provavelmente não será, e não é o meu desejo. Para mim, já dei a contribuição que tinha que dar.
Então essa executiva é voltada para as eleições de 2012. O que o PSDB pretende fazer no ano que vem, que não fez em 2008?
Estamos atrasados com relação ao ponto específico da eleição municipal. Mas há tempo para recuperar a posição que não desenvolvemos até agora. Não vamos cuidar só da eleição de 2012. Há um ponto central para os próximos dois anos: refazer e reestruturar nossa política de marketing. Nós fizemos programas sociais, mas não fixamos a imagem do que fizemos. O PT desenvolveu os programas sociais que foram começados por nós, mas fixou fortemente os programas sociais que liderou. Vamos investir bastante em pesquisas e na organização de uma estrutura de comando do marketing do PSDB de uma maneira geral. Hoje há uma inversão total de valores, com marqueteiros orientando políticos. Políticos é que devem orientar marqueteiros, e isso vai acontecer.
Sobre marketing, como livrar o estigma de partido privatizante colocado para o PSDB?
Essa campanha de PSDB privatizante é uma safadeza. Todas as forças políticas do Brasil defendem programas de privatização. Semana passada, o Governo, para enfrentar o problema da desordem e da incapacidade gerencial, anunciou que vai fazer privatizações em larga escala nos aeroportos do Brasil. Então, não cabe mais essa discussão. O PT tem essa técnica de carimbar as pessoas. O que o PT tem que resolver é o que vai fazer dos Paloccis e do Paloccismo que tá espalhado no PT.
O PSDB comanda cerca de 800 prefeituras, sendo quatro capitais. Há alguma meta estipulada para 2012?
Ainda não, mas teremos. Temos que fazer uma avaliação primeiro da posição em que estamos e como estão os prefeitos. Vamos dar prioridade às eleições nas cidades de mais de 200 mil habitantes ou naquelas que influenciam áreas mais amplas. Há uma seleção de 226 cidades assim, que serão o foco do nosso trabalho.
O Recife, naturalmente, está incluído nessa lista. Como estão as discussões sobre candidatos na Capital pernambucana?
A tendência é que a gente tenha candidato.
Então o PSDB não deve mais apoiar o ex-deputado Raul Jungmann (PPS) para prefeito?
Essa é uma questão para discutir com Raul e outras pessoas. Raul tem muita identidade conosco, mas a gente não resolveu isso, ainda. Nem tenho certeza de quais serão os desdobramentos do nosso campo com o PPS. Estamos trabalhando nisso.
Foi especulado que após sua reeleição, o PSDB iria para a base aliada do governador Eduardo Campos. Essa adesão ocorrerá?
Fui acusado de não aderir à campanha de Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao Governo. Diziam que eu estava fazendo a campanha de Eduardo, porque já estaria entendido com ele para participar do governo. Não estava entendido com Eduardo para participar de governo nenhum. Nunca conversei com ele sobre isso. Agora, não sou nem serei contra a verdade e contra os fatos, nem tampouco inimigo de Eduardo Campos. Não atuo com Eduardo senão como amigo de muito tempo, e com quem tenho relações que vão além da política.
Qual é sua avaliação sobre o governo de Eduardo Campos?
Pernambuco vai bem. É absoluta falta de bom senso dizer o contrário. O Estado teve muitas conquistas. A aliança de Eduardo com o PT trouxe grandes resultados para Pernambuco. Só um babaca vai dizer o contrário. Mas se, de um lado Eduardo conseguiu uma aliança que deu resultados com Lula, os dois Joões que governaram o Recife não conseguiram nada. O Estado tem andado para a frente e a cidade tem andado para trás. Nossa prioridade não é discutir aliança com Eduardo, é ajudar para o Recife se livrar de vez do populismo e da conversa desses petistas, que, além de fazerem muita coisa errada, muitas vezes não prestam contas.
Essa aproximação pode render uma aliança entre PSDB e PSB?
O PSB é nosso aliado em Minas Gerais, Paraná, Paraíba e Alagoas. Não haveria questão partidária que nos impedisse de fazer uma aliança com Eduardo. Mas ele tem uma base muito ampla, que incorpora vários partidos, entre eles o PT. Sempre teremos foco nos interesses do Estado. Não vamos nos negar a contribuir com Eduardo, mas não do ponto de vista administrativo. Agora, nem sempre as alianças do PSB são compatíveis com quem a gente vai trabalhar. Não tratamos Eduardo como nosso adversário, mas como alguém que um dia poderá ser nosso aliado.
Adversário do PSDB é só o PT?
Vamos procurar quaisquer alianças, menos o PT, que é nosso adversário. Se você olhar, nas votações do Congresso, mesmo com uma maioria formidável, já isolaram o PT. E se a presidente Dilma Rousseff (PT) continuar na marcha que vai, terminará falando sozinha.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Moradores de comunidade na Imbiribeira realizam protesto contra a falta de saneamento
Cerca de 100 moradores da comunidade Dancing Day, na Imbiribeira, bloquearam a Avenida Mascarenhas de Morais no sentido Centro em protesto contra os alagamentos no local. A mobilização, que começou por volta das 7h30 desta segunda-feira, deixou o trânsito lento na via, o que acabou afetando outras ruas e avenidas da Zona Sul do Recife, nesta manhã.
Os moradores relatam que há pelo menos três anos convivem com as inundações. Segundo eles, não precisa chover para que a água entre dentro das casas. Uma obra de um calçadão próximo ao local viria prejudicando o escoamento da água. A equipe de reportagem da Folha entrou em algumas casas na Rua Sítio da Mangueira e constatou a gravidade do problema.
A água, de cor escura e forte odor, vem causando doenças como leptospirose, dengue, germes e dezenas de outras enfermidades, relata moradores. Pequenas plantas, conhecidas por brotarem em ambientes aquáticos, também já tomam conta das vias e até dentro das casas.
O protesto, que teve o objetivo de chamar a atenção da Prefeitura do Recife, encerrou-se por volta das 8h30.
Os moradores relatam que há pelo menos três anos convivem com as inundações. Segundo eles, não precisa chover para que a água entre dentro das casas. Uma obra de um calçadão próximo ao local viria prejudicando o escoamento da água. A equipe de reportagem da Folha entrou em algumas casas na Rua Sítio da Mangueira e constatou a gravidade do problema.
A água, de cor escura e forte odor, vem causando doenças como leptospirose, dengue, germes e dezenas de outras enfermidades, relata moradores. Pequenas plantas, conhecidas por brotarem em ambientes aquáticos, também já tomam conta das vias e até dentro das casas.
O protesto, que teve o objetivo de chamar a atenção da Prefeitura do Recife, encerrou-se por volta das 8h30.
Professores do Recife realizam protesto na Av. Conde da Boa Vista, a partir das 14h
O Sindicato dos Professores do Recife (Simpere) e o Sindicato dos Servidores Municipais do Recife (Sindisepre) realizam um ato público na Avenida Conde da Boa Vista, no cruzamento com a Rua Sete de Setembro, às 14h. Hoje, os servidores do Recife suspenderam suas atividades por 24h.
O objetivo da mobilização é divulgar para população as atuais condições de trabalho e salariais dos servidores do Recife. Na pauta da campanha salarial deste ano, os servidores reivindicam um aumento salarial de 12,74% retroativo ao mês de fevereiro, que é a data-base dos servidores, e o aumento do ticket refeição para R$ 14.
O Simpere, que decretou estado de greve na última terça-feira (24), continua a mobilização junto com categoria na terça-feira (31). Os professores participarão de um audiência pública, às 9h, na Câmara de Vereadores do Recife. Na ocasião haverá a aprovação das contas da Prefeitura do Recife referente ao primeiro quadrimestre de 2011.
Já à tarde, o Simpere, em conjunto com outros servidores, promove uma vigília no pátio da Prefeitura do Recife (PCR). O grupo pretende sensibilizar o governo a promover uma negociação mais rápida e que atenda as reivindicações da categoria. Às 15h, os sindicatos se reúnem com membros da PCR para uma mesa de negociação onde a prefeitura deve anunciar o valor do reajuste salarial deste ano.
O objetivo da mobilização é divulgar para população as atuais condições de trabalho e salariais dos servidores do Recife. Na pauta da campanha salarial deste ano, os servidores reivindicam um aumento salarial de 12,74% retroativo ao mês de fevereiro, que é a data-base dos servidores, e o aumento do ticket refeição para R$ 14.
O Simpere, que decretou estado de greve na última terça-feira (24), continua a mobilização junto com categoria na terça-feira (31). Os professores participarão de um audiência pública, às 9h, na Câmara de Vereadores do Recife. Na ocasião haverá a aprovação das contas da Prefeitura do Recife referente ao primeiro quadrimestre de 2011.
Já à tarde, o Simpere, em conjunto com outros servidores, promove uma vigília no pátio da Prefeitura do Recife (PCR). O grupo pretende sensibilizar o governo a promover uma negociação mais rápida e que atenda as reivindicações da categoria. Às 15h, os sindicatos se reúnem com membros da PCR para uma mesa de negociação onde a prefeitura deve anunciar o valor do reajuste salarial deste ano.
RioMar abre portas e debate preservação
O canteiro de obras do RioMar Shopping, no Pina, Zona Sul do Recife, abrirá suas portas para estudantes e moradores do entorno na Semana do Meio Ambiente. O evento, que inclui palestras sobre conservação e oficinas a partir de material reciclável, ocorrerá de amanhã até a próxima segunda-feira.
As comemorações, em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em todo o mundo em 5 de junho, são uma iniciativa do Grupo JCPM, ao qual o novo shopping é vinculado. Queremos mostrar que a obra está integrada com o meio ambiente e com a comunidade da área, esclarece Vera Barbosa, gerente Socioambiental do grupo.
O shopping teve a construção iniciada em agosto de 2010 e deve ficar pronto até novembro do próximo ano. Ocupa um terreno de 220 mil metros quadrados, com 300 mil metros quadrados de área construída. E não causou aterro do manguezal, pois ocupa uma área onde antes funcionava a fábrica da Bacardi.
A Semana do Meio Ambiente do RioMar atende ao conceito de openhouse, na qual a população tem a oportunidade de conhecer a obra por dentro. Por motivo de segurança, a visita precisa ser agendada, pois trata-se de um canteiro de obras.
Haverá cinco oficinas, três para estudantes e duas para as esposas dos operários da obra. As destinadas aos alunos enfocam a grafitagem, reutilização de disquetes e confecção de instrumentos de percussão com material reciclável. As que têm as mulheres como público-alvo são de confecção de bijuteria a partir de recicláveis e de reaproveitamento de alimentos.
Facilitadora de uma das oficinas, Catharina Perez utilizará disquetes na confecção de porta-lápis. Muitos dos estudantes não sabem sequer o que são disquetes, que foram substituídos por CDs e pen drives. Mesmo obsoletos, há muitos disponíveis para reaproveitamento.
O evento terá também exposição de designers, arquitetos e artesãos que usam material reciclável. Participarão Bete Paes, Suely Brasileiro, Thiana Santos, Associação dos Ribeirinhos Amigos do Meio Ambiente, Estação Ambiental Lumisol e Escola Aberta Paulo Freire.
A curadora da exposição, Bete Paes, destaca os móveis feitos de cânulas de papelão usadas nas bobinas do papel destinado à impressão do Jornal do Commercio, empresa do Grupo JCPM. Usei as bobinas em aparadores, mesas de cabeceira, de centro e de canto, além de banquinhos da Pousada Serra do Machado, em Sergipe, uma iniciativa social do grupo.
Na opinião da arquiteta Suely Brasileiro, utilizar recicláveis em peças decorativas ou utilitárias é prolongar a vida do material. Isso reduz a quantidade de lixo que a gente descarta todo dia, que deve ser uma preocupação de todos, ensina.
Na lista de Thiana Santos, os acessórios predominam. Temos peças de bolinhas de desodorantes rollon, por exemplo. Além de uma peça conceitual, uma saia de garrafas PET.
Confira a programação
» 30 de maio - 8h30 às 11h
Oficinas de construção de reutilização de disquetes e de confecção de instrumentos de percussão com material reciclado
» 31 de maio - 8h30 às 11h
Oficinas de grafitagem e de confecção de instrumentos de percussão com material reciclado
» 1º de junho - 8h30 às 11h
Oficinas de construção de reutilização de disquetes e de confecção de instrumentos de percussão com material reciclado
» 2 de junho - 8h30 às 11h
Oficinas de grafitagem e de confecção de instrumentos de percussão com material reciclado
» 3 de junho - 8h30 às 11h
Oficinas (para as esposas) de bijuteria a partir de material reciclado e reaproveitamento de alimentos
Fábio Júnior, Magníficos e Aviões do Forró no São João de Gravatá
A Prefeitura de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, ainda está fechando a programação de São João, mas três nomes já estão confirmados para a festa.
A partir do dia 10 de junho Gravatá entra no clima junino e realiza um dos maiores e melhores São João do Brasil. A programação está sendo fechada, mas alguns nomes já estão confirmados para a festa a exemplo de
De acordo com a organização do evento, no dia 10 o forró toma conta da cidade com o som da banda Magníficos; no dia seguinte, será a vez de Aviões do Forró; já dia 25 sobe ao palco principal, o cantor Fábio Júnior.
Em nota oficial, a Prefeitura informou que a programação será fechada até a próxima semana, quando fará uma coletiva de imprensa para anunciar a grade da festa.
HC recruta pacientes portadores de diabetes para participar de pesquisa
O Hospital das Clínicas inicia nesta segunda-feira a convocação para pacientes portadores da diabetes mellitus tipo 2 para participar de uma pesquisa clínica, que será realizada pela equipe da unidade de saúde. Serão selecionadas 50 pessoas para serem submetidas ao tratamento. No entanto, além de ser portador da doença, o paciente precisa possuir Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 30. Para se inscrever, os interessados devem comparecer pessoalmente ao Ambulatório de Cirurgia Geral do HC, que funciona às segundas-feiras, pela manhã.
A seleção dos pacientes que vão participar da pesquisa será feita através dos exames laboratoriais. De acordo com a assessoria de imprensa do HC, a triagem acontecerá até o preenchimento do número de vagas. O tratamento inicia-se a partir da adequação ao perfil desejado e somente com expressa concordância do paciente. A pesquisa do tratamento cirúrgico da diabetes mellitus tipo 2 vem sendo desenvolvida há cinco anos no HC e já beneficiou cerca de 100 pessoas. O primeiro alvo do estudo foram os pacientes considerados obesos (com IMC entre 30 e 35).
Essa segunda fase da pesquisa irá comparar as diferenças entre o tratamento clínico - que consiste em dieta, exercícios e, em alguns casos, medicação - e a gastroplastia, também conhecida como cirurgia de redução do estômago.
Doença - A diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença e caracteriza-se pela resistência crescente à insulina, já que o pâncreas produz o hormônio. Porém, as células musculares e adiposas não conseguem metabolizar glicose
suficiente da corrente sanguínea. É desencadeada por herança genética,
aliada a fatores como o ganho de massa corpórea (principalmente gordura
abdominal) e sedentarismo, atingindo geralmente pessoas acima dos 40 anos.
Serviço:
Ambulatório de Cirurgia Geral do HC
Tel.: (81) 2126.3510
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Consumidor recebe R$ 15 mil por barata em leite condensado
Um consumidor que encontrou uma barata dentro de uma embalagem de leite condensado será indenizado pela Nestlé em R$ 15 mil, de acordo com informações divulgadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na decisão, o STJ aponta os abalos psicológicos sofridos pelo consumidor que descobre ter ingerido alimento contaminado por uma barata morta, animal "notadamente sujo, que vive nos esgotos e traz risco de inúmeras doenças".Segundo o processo, o consumidor havia feito duas pequenas aberturas na lata para tomar o leite condensado na própria embalagem. Após ingerir parte do produto, percebeu que uma pata de inseto escapava por um dos furos. Então, levou a lata ao Procon, onde ela foi totalmente aberta na presença de funcionários. A perícia realizada na lata constatou que o inseto, de 23mm de comprimento por 9 mm de largura, estava inteiro, sem sinal de esmagamento.Para exemplificar supostos equívocos na decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) - que tinha julgado o caso em instância anterior, a Nestlé entrou com recurso especial no STJ. Em sua defesa, a empresa alegou que a barata só poderia ter entrado na lata por um dos furos feitos pelo consumidor e argumentou que, se o inseto estivesse na lata desde o momento em que ela foi lacrada, deveria ter sido encontrado já em estado avançado de decomposição.Por sua vez, a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso no STJ, afirmou que a hipótese de introdução criminosa da barata na lata de leite condensado "demandaria conhecimento específico de um especialista para justificar a integridade do inseto, que apresentava estrutura íntegra e sem aparência de esmagamento mecânico".Ainda segundo a relatora, "custa a crer que uma barata com as dimensões daquela encontrada no interior da lata pudesse ter espontaneamente entrado pelos furos abertos na lata".Por meio de sua assessoria de imprensa, a Nestlé afirmou que tem como política não comentar decisões judiciais.
Língua e ignorância
A Associação Brasileira de Linguística (Abralin) divulga nota de repúdio contra a cobertura tendenciosa da imprensa.
Nas duas últimas semanas, o Brasil acompanhou uma discussão a respeito do livro didático Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, distribuída pelo Programa Nacional do Livro Didático do MEC. Diante de posicionamentos virulentos externados na mídia, alguns até histéricos, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINGUÍSTICA - ABRALIN - vê a necessidade de vir a público manifestar-se a respeito, no sentido de endossar o posicionamento dos linguistas, pouco ouvidos até o momento.
Curiosamente é de se estranhar esse procedimento, uma vez que seria de se esperar que estes fossem os primeiros a serem consultados em virtude da sua expertise. Para além disso, ainda, foram muito mal interpretados e mal lidos.
O fato que, inicialmente, chama a atenção foi que os críticos não tiveram sequer o cuidado de analisar o livro em questão mais atentamente. As críticas se pautaram sempre nas cinco ou seis linhas largamente citadas. Vale notar que o livro acata orientações dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) em relação à concepção de língua/linguagem, orientações que já estão em andamento há mais de uma década. Além disso, não somente este, mas outros livros didáticos englobam a discussão da variação linguística com o intuito de ressaltar o papel e a importância da norma culta no mundo letrado. Portanto, em nenhum momento houve ou há a defesa de que a norma culta não deva ser ensinada. Ao contrário, entende-se que esse é o papel da escola, garantir o domínio da norma culta para o acesso efetivo aos bens culturais, ou seja, garantir o pleno exercício da cidadania. Esta é a única razão que justifica a existência de uma disciplina que ensine língua portuguesa a falantes nativos de português.
A linguística se constituiu como ciência há mais de um século. Como qualquer outra ciência, não trabalha com a dicotomia certo/errado. Independentemente da inegável repercussão política que isso possa ter, esse é o posicionamento científico. Esse trabalho investigativo permitiu aos linguistas elaborar outras constatações que constituem hoje material essencial para a descrição e explicação de qualquer língua humana.
Uma dessas constatações é o fato de que as línguas mudam no tempo, independentemente do nível de letramento de seus falantes, do avanço econômico e tecnológico de seu povo, do poder mais ou menos repressivo das Instituições. As línguas mudam. Isso não significa que ficam melhores ou piores. Elas simplesmente mudam. Formas linguísticas podem perder ou ganhar prestígio, podem desaparecer, novas formas podem ser criadas. Isso sempre foi assim. Podemos ressaltar que muitos dos usos hoje tão cultuados pelos puristas originaram-se do modo de falar de uma forma alegadamente inferior do Latim: exemplificando, as formas "noscum" e "voscum", estigmatizadas por volta do século III, por fazerem parte do chamado "latim vulgar", originaram respectivamente as formas "conosco" e "convosco".
Outra constatação que merece destaque é o fato de que as línguas variam num mesmo tempo, ou seja, qualquer língua (qualquer uma!) apresenta variedades que são deflagradas por fatores já bastante estudados, como as diferenças geográficas, sociais, etárias, dentre muitas outras. Por manter um posicionamento científico, a linguística não faz juízos de valor acerca dessas variedades, simplesmente as descreve. No entanto, os linguistas, pela sua experiência como cidadãos, sabem e divulgam isso amplamente, já desde o final da década de sessenta do século passado, que essas variedades podem ter maior ou menor prestígio. O prestígio das formas linguísticas está sempre relacionado ao prestígio que têm seus falantes nos diferentes estratos sociais. Por esse motivo, sabe-se que o descon hecimento da norma de prestígio, ou norma culta, pode limitar a ascensão social. Essa constatação fundamenta o posicionamento da linguística sobre o ensino da língua materna.
Independentemente da questão didático-pedagógica, a linguística demonstra que não há nenhum caos linguístico (há sempre regras reguladoras desses usos), que nenhuma língua já foi ou pode ser "corrompida" ou "assassinada", que nenhuma língua fica ameaçada quando faz empréstimos, etc. Independentemente da variedade que usa, qualquer falante fala segundo regras gramaticais estritas (a ampliação da noção de gramática também foi uma conquista científica). Os falantes do português brasileiro podem fazer o plural de "o livro" de duas maneiras: uma formal: os livros; outra informal: os livro. Mas certamente nunca se ouviu ninguém dizer "o livros". Assim também, de modo bastante generali zado, não se pronuncia mais o "r" final de verbos no infinitivo, mas não se deixa de pronunciar (não de forma generalizada, pelo menos) o "r" final de substantivos. Qualquer falante, culto ou não, pode dizer (e diz) "vou comprá" para "comprar", mas apenas algumas variedades diriam 'dô' para 'dor'. Estas últimas são estigmatizadas socialmente, porque remetem a falantes de baixa extração social ou de pouca escolaridade. No entanto, a variação da supressão do final do infinitivo é bastante corriqueira e não marcada socialmente. Demonstra-se, assim, que falamos obedecendo a regras. A escola precisa estar atenta a esse fato, porque precisa ensinar que, apesar de falarmos "vou comprá" precisamos escrever "vou comprar". E a linguística ao descrever esses fenômenos ajuda a entender melhor o funcionamento das línguas o que deve repercutir no processo de ensino.
Por outro lado, entendemos que o ensino de língua materna não tem sido bem sucedido, mas isso não se deve às questões apontadas. Esse é um tópico que demandaria uma outra discussão muito mais profunda, que não cabe aqui.
Por fim, é importante esclarecer que o uso de formas linguísticas de menor prestígio não é indício de ignorância ou de qualquer outro atributo que queiramos impingir aos que falam desse ou daquele modo. A ignorância não está ligada às formas de falar ou ao nível de letramento. Aliás, pudemos comprovar isso por meio desse debate que se instaurou em relação ao ensino de língua e à variedade linguística.
Maria José Foltran
Presidente da Abralin/Gestão UFPR 2009-2011
Nas duas últimas semanas, o Brasil acompanhou uma discussão a respeito do livro didático Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, distribuída pelo Programa Nacional do Livro Didático do MEC. Diante de posicionamentos virulentos externados na mídia, alguns até histéricos, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINGUÍSTICA - ABRALIN - vê a necessidade de vir a público manifestar-se a respeito, no sentido de endossar o posicionamento dos linguistas, pouco ouvidos até o momento.
Curiosamente é de se estranhar esse procedimento, uma vez que seria de se esperar que estes fossem os primeiros a serem consultados em virtude da sua expertise. Para além disso, ainda, foram muito mal interpretados e mal lidos.
O fato que, inicialmente, chama a atenção foi que os críticos não tiveram sequer o cuidado de analisar o livro em questão mais atentamente. As críticas se pautaram sempre nas cinco ou seis linhas largamente citadas. Vale notar que o livro acata orientações dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) em relação à concepção de língua/linguagem, orientações que já estão em andamento há mais de uma década. Além disso, não somente este, mas outros livros didáticos englobam a discussão da variação linguística com o intuito de ressaltar o papel e a importância da norma culta no mundo letrado. Portanto, em nenhum momento houve ou há a defesa de que a norma culta não deva ser ensinada. Ao contrário, entende-se que esse é o papel da escola, garantir o domínio da norma culta para o acesso efetivo aos bens culturais, ou seja, garantir o pleno exercício da cidadania. Esta é a única razão que justifica a existência de uma disciplina que ensine língua portuguesa a falantes nativos de português.
A linguística se constituiu como ciência há mais de um século. Como qualquer outra ciência, não trabalha com a dicotomia certo/errado. Independentemente da inegável repercussão política que isso possa ter, esse é o posicionamento científico. Esse trabalho investigativo permitiu aos linguistas elaborar outras constatações que constituem hoje material essencial para a descrição e explicação de qualquer língua humana.
Uma dessas constatações é o fato de que as línguas mudam no tempo, independentemente do nível de letramento de seus falantes, do avanço econômico e tecnológico de seu povo, do poder mais ou menos repressivo das Instituições. As línguas mudam. Isso não significa que ficam melhores ou piores. Elas simplesmente mudam. Formas linguísticas podem perder ou ganhar prestígio, podem desaparecer, novas formas podem ser criadas. Isso sempre foi assim. Podemos ressaltar que muitos dos usos hoje tão cultuados pelos puristas originaram-se do modo de falar de uma forma alegadamente inferior do Latim: exemplificando, as formas "noscum" e "voscum", estigmatizadas por volta do século III, por fazerem parte do chamado "latim vulgar", originaram respectivamente as formas "conosco" e "convosco".
Outra constatação que merece destaque é o fato de que as línguas variam num mesmo tempo, ou seja, qualquer língua (qualquer uma!) apresenta variedades que são deflagradas por fatores já bastante estudados, como as diferenças geográficas, sociais, etárias, dentre muitas outras. Por manter um posicionamento científico, a linguística não faz juízos de valor acerca dessas variedades, simplesmente as descreve. No entanto, os linguistas, pela sua experiência como cidadãos, sabem e divulgam isso amplamente, já desde o final da década de sessenta do século passado, que essas variedades podem ter maior ou menor prestígio. O prestígio das formas linguísticas está sempre relacionado ao prestígio que têm seus falantes nos diferentes estratos sociais. Por esse motivo, sabe-se que o descon hecimento da norma de prestígio, ou norma culta, pode limitar a ascensão social. Essa constatação fundamenta o posicionamento da linguística sobre o ensino da língua materna.
Independentemente da questão didático-pedagógica, a linguística demonstra que não há nenhum caos linguístico (há sempre regras reguladoras desses usos), que nenhuma língua já foi ou pode ser "corrompida" ou "assassinada", que nenhuma língua fica ameaçada quando faz empréstimos, etc. Independentemente da variedade que usa, qualquer falante fala segundo regras gramaticais estritas (a ampliação da noção de gramática também foi uma conquista científica). Os falantes do português brasileiro podem fazer o plural de "o livro" de duas maneiras: uma formal: os livros; outra informal: os livro. Mas certamente nunca se ouviu ninguém dizer "o livros". Assim também, de modo bastante generali zado, não se pronuncia mais o "r" final de verbos no infinitivo, mas não se deixa de pronunciar (não de forma generalizada, pelo menos) o "r" final de substantivos. Qualquer falante, culto ou não, pode dizer (e diz) "vou comprá" para "comprar", mas apenas algumas variedades diriam 'dô' para 'dor'. Estas últimas são estigmatizadas socialmente, porque remetem a falantes de baixa extração social ou de pouca escolaridade. No entanto, a variação da supressão do final do infinitivo é bastante corriqueira e não marcada socialmente. Demonstra-se, assim, que falamos obedecendo a regras. A escola precisa estar atenta a esse fato, porque precisa ensinar que, apesar de falarmos "vou comprá" precisamos escrever "vou comprar". E a linguística ao descrever esses fenômenos ajuda a entender melhor o funcionamento das línguas o que deve repercutir no processo de ensino.
Por outro lado, entendemos que o ensino de língua materna não tem sido bem sucedido, mas isso não se deve às questões apontadas. Esse é um tópico que demandaria uma outra discussão muito mais profunda, que não cabe aqui.
Por fim, é importante esclarecer que o uso de formas linguísticas de menor prestígio não é indício de ignorância ou de qualquer outro atributo que queiramos impingir aos que falam desse ou daquele modo. A ignorância não está ligada às formas de falar ou ao nível de letramento. Aliás, pudemos comprovar isso por meio desse debate que se instaurou em relação ao ensino de língua e à variedade linguística.
Maria José Foltran
Presidente da Abralin/Gestão UFPR 2009-2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
Intelectuais brasileiros na ONU
Edição multimídia aborda construção da cultura de tolerância a partir da experiência brasileira
Jornal do Brasil
A ONU grava no dia 23 de maio o documentário “Brasil e a Construção do Diálogo Civilizacional”, que terá formatos para televisão, rádio e internet. O documentário, produzido em parceria com a Rádio & Televisão da ONU, tratará do papel do Brasil na edificação de experiências de convívio pacífico: consolidar maior tolerância entre as culturas e diversas matrizes étnicas e religiosas.
O documentário conta com o apoio da Casa Brasil e da Sociedade da Língua Portuguesa das Nações Unidas. Será ancorado pela jornalista Mônica Villela Grayley. Participam do documentário Carolina Larriera, professora-visitante em Direitos Humanos da Harvard University; Gilberto Freyre Neto, da Fundação Gilberto Freyre; o acadêmico e educador Arnaldo Niskier; o sociólogo e cientista político Marcos Troyjo e Antônio Campos, escritor pernambucano e curador da Fliporto.
Durante a vernissagem da exposição “Dialogues”, Antônio Campos lança e autografa seu mais recente livro: Diálogos no Mundo Contemporâneo, em edição bilíngue (português e inglês).
Jornal do Brasil
A ONU grava no dia 23 de maio o documentário “Brasil e a Construção do Diálogo Civilizacional”, que terá formatos para televisão, rádio e internet. O documentário, produzido em parceria com a Rádio & Televisão da ONU, tratará do papel do Brasil na edificação de experiências de convívio pacífico: consolidar maior tolerância entre as culturas e diversas matrizes étnicas e religiosas.
O documentário conta com o apoio da Casa Brasil e da Sociedade da Língua Portuguesa das Nações Unidas. Será ancorado pela jornalista Mônica Villela Grayley. Participam do documentário Carolina Larriera, professora-visitante em Direitos Humanos da Harvard University; Gilberto Freyre Neto, da Fundação Gilberto Freyre; o acadêmico e educador Arnaldo Niskier; o sociólogo e cientista político Marcos Troyjo e Antônio Campos, escritor pernambucano e curador da Fliporto.
Durante a vernissagem da exposição “Dialogues”, Antônio Campos lança e autografa seu mais recente livro: Diálogos no Mundo Contemporâneo, em edição bilíngue (português e inglês).
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