Aragem do subterrâneo
Conforme opinou o poeta Alberto Cunha Melo, o poeta Flávio Chaves apresenta, nesta obra um texto solto, contendo versos espalhados por toda a página, onde, muitas vezes utilizando-se da metáfora das águas do mar, reinventa o rebuliço interior, vivente em cada ser humano, mulher ou homem, coadjuvante ou não do nosso tempo Histórico, mas que, muito mais que a vontade de viver, tem a coragem de se expor ao sentimento. Assim sendo, fica claro que esta obra esta emprenhada de sentimentos, a serem vistos, pensados, meditados e, por fim, obedecendo a uma voz transformadora da própria existência, numa realização mais delicada e profunda do amor.
Canções de vento e mar – a palavra escrita
Somente a metáfora pode explicar a sensação ao se debruçar sobre esta obra em prosa: artigos, crônica e pequenos ensaios. É como se embriagar com a garapa dos engenhos de açúcar. Numa linguagem simples, coloquial e direta, o jornalista e poeta Flávio Chaves tece o tempo passado e presente, em Pernambuco, através das vivências, hora intelectuais – com produção escrita – hora no correr da existência, dos que se aventuraram e metrificaram o pensamento, em ação, esta sempre culta. Uma obra recente, instigante, que pode-se ler em um único fôlego aos suas 160 páginas. Não menos que instigante: atual e completo.
Ofício de existir
Vinte e dois anos depois de publicado, Ofício de existir ainda encanta o leitor, pois, além dos questionamentos possíveis e fluentes sobre o espírito humano, revela a sensação do poeta ante a cidade onde vive, o Recife. “A solidão das ruas nos domingos.” Solidão dele, o autor? Da cidade? Quais as impressões que o Recife nos causa? Ler esta obra, é também passear pela evolução poética, como o lapidar poesia em pedra bruta, embora metal nobre. Flávio Chaves comprova que veio ao mundo para ser poeta e escrever. Vivendo, ele amadurece o texto, porque o espírito está marcado pela vida. Ofício de existir talvez seja a estação final para quem deseja estabelecer uma fortuna crítica sobre o autor.
Território da lembrança
Edição impecável, com papel de sedoso e ilustrações delicadas secionando a obra – Prêmio Lira e César 1998 da Academia Pernambucana de Letras – torna-se redundante tecer qualquer comentário sobre esta obra que, somente a título de reflexão por parte do leitor, apresenta títulos como A vida não cabe no corpo e O teu amor dura em mim um oceano. Por aí, trilha-se o caminho da sensibilidade, pela invenção do sonho, tão bem visitado pela caneta de Flávio Chaves. Além disso, há um visitar de poetas, como Lya Luft, Florbela Espanca, Cecília Meireles, entre outros. Impecável também o sucinto e bem argumentado prefácio de César Leal. Não se trata, porém, de um livro para coleção de autógrafos, mas às consultas.
Vocabulário das sombras
Ao contrário do que o título sugere – sombras – o livro lança luz extremamente jovial sobre as retinas do leitor. Estas mesmas que, captando a mensagem, a leva ao cérebro, morada do pensamento e da reflexão. Com palavras suaves e brancas, num tom marcadamente descontraído, como se as palavras estivessem pairando sobre o papel que apresenta os textos, a obra se faz “menina.” De todos os textos que li de Flávio Chaves – com a devida exceção à Antologia poética – este livro comporta o melhor de sua composição. Apesar da generosidade do prefaciador José Rodrigues de Paiva, a crítica literária, em Pernambuco, ainda se faz ausente. É preciso um pouco mais de atenção, não somente para escrever, mas para absorver tamanha juventude, que tem haver com liberdade.
Porto dos vitrais Antologia poética
Caprichosamente editado pela Bagaço, esta obra guarda um dos melhores acervos literários de Flávio Chaves, refletindo, nas linhas e entrelinhas, o pensamento maduro e profundo do autor. Recorrendo às metáforas - porcelanas, pores-do-sol,esfinges, entre outros - o autor procura delinear os sentimentos do humanos nas suas formas mais diversificadas, seja através do prisma espiritual e psicológico; seja pelo veio dos questionamentos sociais. “Eu sou um cartão postal/a esconder a dor da cidade [...].” Além do conteúdo esboçado pelo próprio poeta, a obra traz excelente fortuna crítica e está subdividida em blocos, o que facilita a
fascinante leitura.
Alvoroço do invisível
Expoente de linguagem moderna, com versos disformes, naquilo que diz respeito à disposição das palavras e versos sobre o papel, Alvoroço do invisível trata, metaforicamente, do cotidiano humano. Claro que esta reflexão advinda de um poeta somente poderia refletir os sentimentos, sensações e percepções humanas. No primeiro poema – nenhum traz título – Flávio Chaves diz: “o homem quando só, não registra o tempo.” Isto condiz muito bem – e comprova a harmonia da obra – com o que pergunta o também poeta Mário Hélio, na orelha do livro: “pode um poema ser atemporal?” Não. Pois que na vida tudo tem o seu tempo e, para ler esta obra, o tempo e o da maturidade, assim ganhando em sabedoria e profundidade.
PRETENDO COMEÇAR COM"OFÍCIO DE EXISTIR",UM TÍTULO MUIUTO FORTE PARA MIM ,MINHA ANÁLISE,E COMO PENSO NÃO SERÁ A ESTAÇÃO FINAL,E SIM A CHGADA DO POETA (22 ANOS ) COMO ESTARÃO AS "PINCELADAS",SEM ´DUVIDA A OBRA DE ARTE,A PURA ESSENCIA DO POETA E ESCRITOR....
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