domingo, 2 de maio de 2010



O dom da comédia a arte em Chaplin


Charles Spencer Chaplin

Com apenas 7 sete anos, Charles Chaplin foi levado em uma carroça até um orfanato, iniciando a angustiante fase em que viveu separado da mãe Hannah e do meio-irmão mais velho Sydney. Aquele trajeto percorrido em 1896 foi tão marcante que, anos depois, já aclamado como um dos maiores comediantes da história do cinema, Chaplin inspirou-se na lembrança para a criação de cenas clássicas de seus filmes. Segundo o psicanalista e escritor americano Stephen Weissman mesmo hoje em favelas do Rio, nos bairros de Los Angeles ou nas favelas de Mumbai e Soweto, há crianças emocionalmente resistentes como Charlie Chaplin. Como psicanalista, as histórias de crianças carentes incrivelmente dotadas que, de alguma maneira, conseguem sobreviver às adversidades, evitando o papel de vítimas e crescendo para se tornar adultos de sucesso, que conquistam o que querem. Criado em meio a uma pobreza dickensiana no fim do século 19, Chaplin perdeu a mãe para a loucura e o pai para o alcoolismo. Às vezes dormia nas ruas e, com fome, buscava comida na lata do lixo. Durante um período de 18 meses que passou em um orfanato, quando tinha 7 anos, Charlie lidou com seu medo e solidão interpretando papéis em um mundo de fantasia no qual ele já era "o maior ator do mundo". O livro foi escrito para tentar descobrir como uma criança de imaginação incrível conseguiu levar à vida adulta e adaptar a ela aquele sonho acordado da infância. Chaplin literalmente foi da pobreza ao status de mais famoso ser humano de todo o mundo. Ou, como um resenhista do livro colocou, "Chaplin não era apenas grande, era gigantesco. Em 1915, ele irrompeu em um mundo marcado pela guerra oferecendo o dom da comédia, do riso e do alívio. Ao longo dos próximos 25 anos, durante a Grande Depressão e a ascensão de Hitler, continuou seu trabalho. É difícil que outro indivíduo tenha dado tanto entretenimento, prazer e alívio para os homens quando eles mais precisaram”, completa o psicanalista americano Stephen Weissman, que estudou durante anos a vida e obra do comediante para escrever Chaplin - Uma Vida (tradução Alex Martins, 322 páginas, R$ 44,90), lançado agora pela Larousse do Brasil.


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