
A cientista política Rachel Meneguello, da Unicamp, autora do livro PT: a formação de um partido, avalia que não haveria outra forma de governar no sistema político brasileiro,que combina presidencialismo, federalismo e multipartidarismo com um modelo de legislativo bicameral (em que a maioria das propostas tem que ser votada duas vezes, uma pela Câmara dos Deputados e outra pelo Senado). Reconhece, contudo, que as consequências para a democracia interna do PT foram nefastas.
Pesquisas com filiados do partido, algumas conduzidas por Meneguello em encontros e congressos, confirmam que, de fato, o partido dividiu-se com relação às conduções do núcleo governamental. Algumas vezes, a reação à mão de ferro do Planalto ficou restrita aos muros da legenda, mas em alguns momentos extravasou para a opinião pública. Foi o que aconteceu em 2009, na condução do fim da crise do Senado. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) chegou a anunciar uma saída irrevogável da liderança do PT diante da pressão do governo que forçou os três senadores do partido no Conselho de Ética - Ideli Salvatti, Delcídio Amaral e João Pedro - a votarem pelo arquivamento das denúncias contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB).
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