Partido acha legítimo aliados lançarem nomes, mas não aceita ceder a cabeça da chapa e avisa: o interior entra nas negociações
Há 11 anos no comando da Prefeitura do Recife, o PT não vai aceitar ceder a hegemonia na Frente Popular para outro partido aliado, na disputa eleitoral de 2012. Os petistas consideram que há três premissas que dão ao partido o direito de se manter na cabeça de chapa da aliança governista: o fato de já estar no poder, a orientação do congresso nacional do PT de preservar as prefeituras que já governa e a certeza de que vão vencer de novo a eleição.
Cuidadosos nas palavras para não melindrar os aliados, petistas entendem o ensaio de vários pré-candidatos na Capital como uma manobra - definida como legítima - visando a fortalecer as legendas para as negociações sobre a unidade da Frente, a partir de interesses específicos e concessões mútuas em municípios do interior. O cuidado é tanto que não falam “tá decidido”, mas sim, que “é difícil ceder” ou que “numa chapa de unidade, a tendência é o candidato ser do PT”.
Ex-prefeito, nome mais cotado nas pesquisas e membro da Comissão de Acompanhamento Eleitoral do PT no Nordeste, o deputado federal João Paulo atenuou a possibilidade de ameaças à unidade com o lançamento de nomes pelo PSB, PDT, PTB e PSC. Desafeto do prefeito João da Costa (PT), o deputado afirma ser “normal” a mobilização dos aliados – que seria estimulada pela conjuntura atual, numa alusão ao desgaste da gestão do Recife –, mas ressaltou que o presidente regional petista, Pedro Eugênio, já trabalha para impedir a dispersão. “A tendência natural é a unidade em torno do PT, de um nome que aglutine mais os aliados. A orientação nacional é manter as prefeituras que tem e ampliar para outras. Isso vai ser construído com negociação”, disse João Paulo, sem deixar de espetar o desafeto.
Um dos principais defensores da unidade da Frente pela reeleição de João da Costa, o secretário de Turismo do Recife e deputado estadual licenciado, André Campos, ressaltou também a orientação do congresso nacional de reivindicar a prevalência do PT nas cidades que já ocupa e afirma que não vê “clima de hostilidade” da parte dos aliados. “Ninguém diz ‘a gente vai ter candidato’. Ninguém. É muito difícil o PT abrir mão, porque já está na Prefeitura e temos todas as condições de vencer as oposições, reelegendo o prefeito. Ele tem a precedência. Só não seria candidato se estivesse totalmente inviabilizado, o que não é o caso. Agora, é natural que todos queiram se cacifar, dizer ‘eu tenho candidato, tenho alternativa’. Por isso, todo mundo manda recado. A negociação é global. Vai entrar o interior”, afirmou.
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