Tão logo estourou o escândalo do Mensalão do PT, o deputado federal João Paulo Cunha, que à época presidia a Câmara, disse que a ida de sua mulher, Márcia Milanésia da Cunha, à agência do Banco Rural, em Brasília, foi para pagar contas referentes ao serviço de televisão a cabo. A desculpa não convenceu, uma vez que o valor sacado pela esposa do parlamentar era incompatível com a mensalidade cobrada pelas empresas de TV a cabo.
O tempo passou e João Paulo Cunha surgiu com uma nova e esfarrapada desculpa. O dinheiro fora utilizado na contratação de pesquisas eleitorais durante sua tentativa de chegar à prefeitura de Osasco, cidade da Grande São Paulo. O deputado petista apresentou duas notas fiscais de uma empresa de pesquisa, mas também não convenceu.
Como o escândalo do mensalão desapareceu do noticiário da grande imprensa por imposição do Palácio do Planalto, João Paulo acreditou que tudo acabaria bem. Foi com base nessa aposta que o petista mais uma vez decidiu disputar a prefeitura de Osasco. E de novo o candidato petista surge na esteira de números que não se encaixam. À Justiça Eleitoral, João Paulo Cunha declarou patrimônio de R$ 375 mil e previsão de gastos de campanha na casa dos R$ 9 milhões.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados não é um gênio, mas é sabido que disputar a prefeitura de Osasco com alguma chance de vitória custa bem mais do que os declarados R$ 9 milhões, valor possivelmente aquém do que João Paulo gastou, em 2010, para permanecer deputado federal.
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