Crédito:Luiz Murauskas
Faleceu
no início da madrugada desta quinta-feira (29/11), aos 75 anos, o
jornalista Joelmir Beting. Pioneiro do jornalismo econômico brasileiro,
inaugurou a cobertura de negócios no Brasil, no jornal Folha de S. Paulo,
em 1968. Mais tarde, estreou a informação econômica no rádio e na TV,
sendo também o primeiro âncora (o modelo americano de
apresentador-comentarista) do telejornalismo brasileiro.
Beting estava internado desde o dia 22/10, no Hospital Israelita Albert Einstein, tratando de uma doença autoimune nos rins. No último domingo (25/11), sofreu um Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico, que deixou seu estado de saúde ainda mais delicado.
Em
julho deste ano, IMPRENSA homenageou Joelmir com perfil publicado na
edição 280. A foto de capa da edição - produzida pelo fotógrafo Luiz
Murauskas - foi feita em memória a outra foto do jornalista publicada no
Jornal do Brasil, em março de 1990: sua reação de espanto ao saber, ao
vivo na TV Globo, do confisco das poupanças pelo governo Collor (veja abaixo).
Sereno
e bem disposto, Joelmir falou com IMPRENSA por cerca de 1 hora e meia
na redação da TV Bandeirantes. Recém-saído de uma internação de 10 dias
na UTI do Hospital Albert Einstein, voltava às atividades após "um
problema cardíaco e pulmonar combinados", como descreveu. Explicou que o
problema o levara a abandonar outros "dois filhos": o "Canal Livre"
[programa da Band] do qual participou até maio deste ano, e suas
palestras, realizadas por décadas com uma média impressionante de três
por semana.
Entre
histórias memoráveis - como o dia em que abandonou o jornalismo
esportivo após ser perseguido pela torcida corintiana por não conter o
amor pelo Palmeiras em um clássico no Pacaembu - elogiou o jornalismo
econômico brasileiro. "É o mais competente e abrangente do mundo, só
rivalizando com EUA e a Inglaterra, e nada mais". Para o futuro, disse
desejar apenas escrever alguns livros há anos engavetados em meio à
exigente rotina profissional.
Ao
final da entrevista, perguntado pela reportagem se haveria mais alguma
coisa que gostaria de falar, deixou, bem ao seu modo, mais uma entre
tantas piadas daquele dia. "Quero apenas falar que vou completar agora
50 anos de casamento. E se alguém me pergunta: "Como é que vocês
conseguiram viver 50 anos casados?". Eu diria que é muito simples, que é
só usar a cabeça. A gente sai para jantar duas vezes por semana: eu na
terça, ela na quinta..."
O velório do jornalista acontece no Cemitério do Morumbi até às 14h. Depois, será fechado ao público e o sepultamento será restrito a amigos íntimos e familiares.
Salve Joelmir!
fonte:PI
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