segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PF prende 33 em ação contra venda de dados sigilosos que envolve vice da CBF


A Polícia Federal iniciou nova operação nesta segunda-feira (26) para desarticular uma organização que é investigada por venda de informações sigilosas. A PF também investiga outra organização que supostamente cometeu crimes contra o sistema financeiro.
A PF informou que prendeu 33 pessoas investigadas e cumpriu 87 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Goiás, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Também houve prisões e buscas no Distrito Federal. As ações da PF são da operação Durkheim.
Durante a ação, a PF fez busca e apreensão na casa do presidente da Federação Paulista de Futebol e vice-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero. Ele foi detido na madrugada desta segunda-feira em sua residência em São Paulo e foi levado para prestar depoimento e, na sequência, foi liberado. A Polícia Federal apreendeu um computador e documentos na casa de Del Nero.
A FPF emitiu uma nota, em seu site, afirmando que o dirigente foi "surpreendido com a operação da Polícia Federal durante esta madrugada em sua residência, em busca de documentos não relacionados à sua atividade na entidade e de seu escritório de advocacia". Segundo a nota, "Marco Polo Del Nero prestou depoimento regulamentar na Polícia Federal sendo liberado em seguida. O teor do depoimento segue em sigilo de justiça".
Na última sexta-feira (24), a PF deflagrou a operação Porto Seguro que fez busca e apreensão no escritório da Presidência da República em São Paulo para desarticular uma organização criminosa que se infiltrou em diversos órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados. Além do gabinete da Presidência em São Paulo, os policiais federais também estiveram na sede da AGU (Advocacia Geral da União) em Brasília. A ação resultou na prisão de seis pessoas e no indiciamento de 18.

Sergio Lima - 10.abr.12/Folhapress
Marco Polo del Nero, vice da CBF, ao lado de José Maria Marin (esq.), presidente da CBF
Marco Polo del Nero, vice da CBF, ao lado de José Maria Marin (esq.), presidente da CBF
OPERAÇÃO DURKHEIM
A investigação do caso começou em dezembro de 2010 com a apuração sobre um caso de suicídio de um policial federal em Campinas, que apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações. O inquérito da operação foi aberto em setembro de 2011.
Segundo o inquérito, as duas organizações atuam em paralelo e de modo independente, mas tinham elo sobre uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos suspeitos.
A PF informou que foi descoberta uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos.
A assessoria da PF informa que entre as vítimas do esquema há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.
Já a outra organização enviava dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central, apontam as investigações.
O nome da operação é uma referência ao intelectual francês Durkheim, que é um dos pais fundadores da sociologia e escreveu o livro "O Suicídio", em alusão aos fatos que deram início à investigação.
Participam da operação de hoje cerca de 400 policiais federais para o cumprimento de 33 mandados de prisão, 34 mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar depoimento e depois liberada) e 87 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A PF informa que 67 pessoas serão indiciadas.
Os investigados podem responder pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão, segundo a PF.
fonte:folhaonline

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