domingo, 3 de fevereiro de 2013

Como Renan negociou a vitória



LEANDRO MAZZINI - COLUNA ESPLANADA

 Qualquer candidatura sucumbiria ontem às articulações do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Há dois anos ele negocia sua volta ao comando do Congresso, em conversas até com PSDB, DEM e PCdoB, partidos que ajudaram a derrubá-lo do cargo em 2007. Para se consolidar e garantir o voto feminino suprapartidário, Renan chegou a ligar para a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) e prometer a ela criar a Procuradoria da Mulher, proposta que Vanessa apresentou sem sucesso quando deputada. Ainda reticente, ela ouviu o aval do vice-presidente Michel Temer.
“Essa loura tá podendo”, brincou o colega Inácio Arruda (PCdoB-CE) quando Renan citou Vanessa no discurso de campanha. A senadora ficou vermelha.
 “É que desde a Câmara estamos (as mulheres) lutando por isso”, justificou Vanessa à coluna, para driblar constrangimentos sobre apoio a Renan, denunciado no STF.
Depois da posse de Renan e do séquito bajulador que o seguiu, poucos viram a cena: José Sarney caminhar sozinho e sem atenção pelo plenário, como nunca se viu.
Outro ponto de Renan foi manter com o PSDB a bilionária 1ª Secretaria, que controla contratos e o Orçamento de R$ 3 bilhões. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), o novo ocupante, se desdobrou por 20 minutos em plenário para explicar a um contrariado Aécio Neves os motivos da adesão. Contra Renan, Aécio pregou a renovação da Casa.

 PONTOS E NOTAS
CAMPANHA– A agenda do governador Eduardo Campos é de pré-candidato ao Planalto. Na sexta-feira foi até Vitória (ES)participar da abertura do carnaval. De lá, sábado pela manhã, decolou para São Paulo, onde participou de uma feita de informática e regressou a tempo de curtir o baile municipal do Recife. Na próxima quarta-feira tem agenda em Brasília. O que se ouve nos bastidores é que essa agenda vai pipocar mesmo é a partir de março.
O entrave comunista - Se o prefeito Geraldo Júlio bombar em apenas um ano e meio de gestão, o que se ouve nos bastidores palacianos é que ele será o nome escolhido para disputar o Governo do Estado em 2014. Tem lógica! O problema é o vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB), visto com desconfiança por não ter um perfil confiável ao reinado socialista.
 
Tem cargos? - Pela primeira vez fora da mesa diretora da Câmara depois de 16 anos de mandato, o deputado Inocêncio Oliveira deve aceitar o prêmio de consolação oferecido pelo candidato favorito a presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN): a presidência de um conselho. Que, convenhamos, não deve ter os mesmos cargos para Inocêncio acomodar tantos aliados em seu redor.
Contas rejeitadas - O Tribunal de Contas reprovou as contas dos ex-prefeitos de São José do Egito, Evandro Valadares, e de Itapetim, Adelmo Moura, ambos do PSB. São, respectivamente, referentes aos anos de 2008 e 2009. A recomendação da Segunda Câmara do TCE às câmaras municipais é pela manutenção dos pareceres, segundo os relatores Romário Dias e Carlos Porto.
Verdade da verdade - Deu no jornal O Globo: “A presidente Dilma esperava mais da Comissão de Verdade e teme que não produza os resultados esperados. O Planalto pensa em substituir integrantes do órgão. Gilson Dripp enfrenta há quatro meses problemas de saúde. José Paulo Cavalcanti Filho participou de duas reuniões até hoje e o único conselheiro que tem dedicação exclusiva ao trabalho é seu presidente, Cláudio Fonteles”.
SEM CARGOS – Nenhum deputado pernambucano ocupará posição de destaque na mesa diretora da Câmara dos Deputados a ser eleita hoje. O Estado terá apenas duas suplências representadas pelos deputados Gonzaga Patriota, do PSB, e Wolney Queiroz, do PDT. Na atual mesa se destacam Inocêncio Oliveira (PR) e Eduardo da Fonte (PP).
Perguntar não ofende: O PSDB no Senado cedeu as pressões de Renan para ficar com a primeira-secretaria?
"Quando não há conselhos os planos se dispersam, mas havendo muitos conselheiros eles se firmam". (Provérbios 15:22)
fonte:blogmagno

Nenhum comentário:

Postar um comentário