segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

PMDB passa a presidir as duas casas do Congresso até fevereiro de 2015.

Henrique Eduardo Alves, do PMDB, é eleito presidente da Câmara

Alves é alvo de denúncias de que teria beneficiado empresa de ex-assessor.

Henrique Eduardo Alves durante discurso no plenário da Câmara (Foto: Agência Câmara) 
Henrique Eduardo Alves durante discurso no
plenário da Câmara (Foto: Agência Câmara)
 
O deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi eleito nesta segunda-feira (4), com 271 votos, presidente da Câmara. O mandato termina em fevereiro de 2015 e ele ficará no cargo, portanto, até o final do atual mandato da presidente Dilma Rousseff, que termina no fim de 2014. Favorito na disputa, Alves teve o apoio do PT e do governo.
Henrique Eduardo Alves disputou a presidência da Câmara com a colega de partido Rose de Freitas (PMDB-ES), que recebeu 47 votos, e com os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), que teve 165 votos, e Chico Alencar (PSOL-RJ), que obteve 11 votos.
Com a escolha de Henrique Alves, o PMDB comandará Câmara e Senado pelos próximos dois anos.
No discurso de posse, ele afirmou que Câmara precisa se preocupar em analisar os temas de grande interesse nacional. Fazer uma pauta propositiva não é apenas para discutir, [o parlamento] não foi feito para enrolar, foi feito para discutir e votar, debater e decidir", disse.
Alves substituirá o deputado Marco Maia (PT-RS) no posto, tornando-se o segundo na linha de sucessão da Presidência da República, atrás apenas do vice-presidente da República. Ao deixar o cargo, Maia desejou "boa sorte" ao novo presidente.
Cabe ao presidente da Câmara comandar as sessões plenárias da Casa, escolher as pautas de votação e presidir a Mesa Diretora, que delibera matérias administrativas.
Henrique Eduardo Alves é deputado há 42 anos, atualmente no 11º mandato consecutivo.
Nas últimas semanas foi alvo de denúncias de que teria beneficiado a empresa de ex-assessor com emendas parlamentares destinadas a obras no Rio Grande do Norte. No mês passado, Aloizio Dutra de Almeida, que trabalhava há 13 anos no gabinete de Alves, pediu demissão.
Além disso, reportagem da revista "Veja" revelou que o deputado destinou verbas de gabinete para contratar serviços de uma locadora de carros de fachada, em nome de uma laranja.
Dossiê com denúncias contra o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi distribuído aos gabinetes dos parlamentares (Foto: Nathalia Passarinho / G1)Dossiê com denúncias contra o deputado
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi distribuído
aos gabinetes dos parlamentares (Foto: Nathalia
Passarinho / G1)
A Câmara também elegeu nesta segunda os demais integrantes da Mesa Diretora. Os líderes partidários haviam entrado em acordo sobre os deputados que seriam escolhidos para esses cargos. Confira os eleitos:
Primeira vice-presidência da Câmara: André Vargas (PT-PR)
Segunda vice-presidência da Câmara: Fábio Faria (PSD-RN)
Primeira-secretaria: Márcio Bittar (PSDB-AC)
Segunda-secretaria: Simão Sessim (PP-RJ)
Terceira-secretaria: Maurício Quintella Lessa (PR-AL)
Quarta-secretaria: Carlos Biffi (PT-MS)
Suplentes: Gonzaga Patriota (PSB-PE), Takayama (PSC-PR), Vitor Penido (DEM- MG) e Wolney Queiroz (PDT-PE)
Dossiê contra Alves
Antes do início da eleição foi distribuída anonimamente nos gabinetes dos 513 deputados uma publicação com um compilado de sentenças judiciais e matérias jornalísticas que trazem denúncias contra Henrique Eduardo Alves.
Na capa da publicação, que tem formato de revista, está escrito: "Candidato condenado no Rio Grande do Norte, com direitos políticos cassados e responde a vários processos".
Alves é formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele assumiu o primeiro mandato como deputado em 1970, aos 22 anos, quando o Brasil ainda vivia sob o regime militar.
O peemedebista foi reeleito sucessivamente e assumiu a liderança do partido em 2007. Ele foi derrotado em duas disputas pela Prefeitura de Natal, em 1988 e 1992.
'Faltou determinação'
Terceira colocada na eleição da Mesa da Câmara, a deputada Rose de Freitas disse logo após a divulgação do resultado que faltou determinação para os deputados durante a votação. Rose, que concorreu sem o apoio do PMDB, teve 47 votos.
"O que faltou faltou foi determinação para mudar esta Casa. Nós lutamos para fazer isso", disse a deputada.
Segundo Rose, acordo e pressões feitas nas últimas horas reduziram sua votação. Ela tinha expectativa inicial de fazer entre 140 e 150 votos. "Aqui tem um túnel que caminha por baixo, contrariando quem quer fazer política diferente", disse.
'Atento e acompanhando'
Segundo colocado na eleição que escolheu o novo presidente da Câmara, o deputado Júlio Delgado disse que vai acompanhar de perto o trabalho do vencedor .
"Acho que foi uma votação expressiva, que mostra que estamos no caminho certo. Vou estar aqui, atento e acompanhando que os compromissos sejam honrados", disse.
Delgado afirmou que, contabilizando os votos dos demais candidatos, os deputados de oposição a Henrique tiveram juntos mais de 200 votos. "Mostra que havia um sentimento de mudança", disse.
fonte:g1

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