segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Consumidor brasileiro já sofre os impactos do aumento da taxa Selic

Embora o Banco Central tenha aumentado a taxa Selic para 11,25%, na prática os consumidores se deparam com juros muito maiores

Na tentativa de conter a inflação, o Banco Central iniciou o ano com o aumento das taxas de juros, que já são as maiores do mundo. E a tendência é de que eles subam ainda mais neste semestre. Quem opta por parcelar as compras já está notando a diferença.
– Eu dei uma boa entrada. O valor eu cheguei a pagar em torno de 60% do veículo, mesmo assim, não consegui uma taxa que eu acharia que ia encontrar – comenta o servidor público Alexandre Desidério.

O ano de 2011 mal começou e os preços seguem elevados. Alimentos, serviços e transportes estão mais caros. Embora o Banco Central tenha aumentado a taxa Selic para 11,25%, na prática os consumidores se deparam com juros muito maiores. O do cartão de crédito chega a 170% e os bancários a 40% ao ano.
– Com os juros mais altos, as pessoas vão comprar menos, os empresários vão investir menos, sobram mais produtos no mercado e aí a inflação tende a se retrair – afirma o economista José Luiz Pagnussat.

O remédio amargo já é sentido na prática. A compra financiada está mais cara. Os juros básicos da economia servem apenas de balizadores porque as taxas de empréstimo são bem maiores. Levar o sonho de consumo para casa, agora, pesa mais no bolso.
– Eu tenho que vender o carro que eu tenho, tenho que apelar para uma economia que eu faço e estou disposto a enfrentar o juro mais alto do mundo – diz o padre Getúlio de Alencar.
– Se eu pudesse, teria comprado o carro à vista porque com certeza seria bem mais interessante – observa o servidor público Alexandre Desidério.

A entrada de capitais estrangeiros, atraídos pelos juros altos, provoca um efeito colateral. O excesso de dólar no mercado brasileiro faz com que a moeda americana se desvalorize ainda mais diante do real.
– É um efeito negativo para o setor exportador brasileiro, mas para todo o segmento produtivo e com isso também há uma redução da produção nacional e dos empregos. Então, isso é um efeito perverso do aumento da taxa de juros e que é o outro lado da moeda do aumento de juros – comenta o economista José Luiz Pagnussat.

Fonte: Canal Rural

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