Governador estará nesta quarta na Rio+20, mas tem a expectativa de discutir, com Lula, cenário político do Recife
Para tentar apagar o incêndio no PSB nacional, já que a deputada federal Luiza Erundina (SP) não aceitou a união selada entre o ex-presidente Lula (PT) e Paulo Maluf (PP) e desistiu de ocupar a vaga de vice na chapa encabeçada pelo ex-ministro Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, o governador Eduardo Campos viajou para Brasília nesta terça-feira (19) e não falou com Lula sobre a sucessão do Recife, como estava previsto.
Os dois devem conversar nesta quarta, mesmo com o governador cumprindo agenda na Rio+20. Dificilmente, no entanto, o cenário no Recife será alterado. O PSB costura uma chapa alternativa à do PT, que indica o senador Humberto Costa como o candidato.
O presidente nacional do PSB está com o discurso pronto para dizer a Lula que foi “convocado” a lançar um nome já que, internamente, o PT não conseguiu superar as divergência e caminhar unido para a eleição de outubro. Por isso, as demais legendas da Frente Popular não querem apoiar o PT, mas a indicação do PSB. Diante da proximidade do prazo final das convenções – até o dia 30 os partidos precisam homologar os seus candidatos majoritários e proporcionais – e da demora em se anunciar o desfecho dessa crise na base governista, abre-se um campo fértil para as especulações.
O nome do ex-secretário Geraldo Júlio (PSB) se fortalece a cada dia para a disputa no Recife. O perfil técnico dele tem agradado vários setores da Frente Popular. Como o PCdoB ainda não definiu se fica ou não ao lado do PT, o PTB surge como a opção concreta que dará o peso político à chapa, fazendo uma dobradinha “tecnolítica”. O nome mais cotado é o do vereador Antonio Luiz Neto, um campeão de votos. O PTB tem força no Recife. Na eleição de 2008, fez uma chapa com o PT e o PSB. Os quatro vereadores mais votados da coligação foram do PTB.
Líder maior do PTB, o senador Armando Monteiro Neto, contudo, garantiu ontem que não conversou sobre o assunto com o governador nem colocou o cargo de vice como condição para o apoio do partido no Recife. “Não tem pertinência se discutir a vice, ainda há uma possibilidade de se compor com o PT”, ressaltou, referindo-se à remota hipótese de um entendimento entre petistas e socialistas após a conversa de Lula e Eduardo. O governador viaja para os Estados Unidos no domingo (24), onde vai receber um prêmio, e pretende apresentar uma solução para a Frente até lá.
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