“Os oceanos são a chave para o desenvolvimento sustentável”, disse um dos participantes do debate sobre o tema realizado no Riocentro
A proposta de criação de um acordo global para salvar a
biodiversidade em alto-mar vai ser sugerida na rodada de debates entre
os chefes de Estado na conferência Rio+20. O tema foi o ponto aprovado
pelo público nesta terça-feira (19) no último encontro da série de
“Diálogos para o desenvolvimento sustentável”, que teve “Oceanos”como
tema.
A falta de uma regulamentação consistente para a biodiversidade e os recursos naturais em alto-mar é considerada por diplomatas como uma lacuna na legislação internacional. Para muitos, o atual regime é considerado fragmentado e insuficiente. A parcela dos oceanos que não faz parte do território de qualquer país representa 64% da superfície total.
“Os oceanos são a chave para o desenvolvimento sustentável. Setenta porcento do mundo está coberto por água, que serve de lar para milhões de espécies. Podemos fazer a mudança que queremos. Não herdamos os oceanos, só pegamos emprestado. O mínimo que podemos fazer é devolver do mesmo jeito”, disse o vice-presidente de Gerenciamento Internacional de Navios, Shaj Thayil, de Cingapura.
O ponto aprovado pela internet foi “evitar a poluição dos oceanos pelo plástico por meio da educação e da colaboração comunitária”. Para Sylvia Earle, oceanórafa norte-americana, para isso é preciso investir em uma educação que tenha a sustentabilidade como um dos focos.
“Há limites sobre o que devemos colocar nos oceanos. Isso é tão importante quanto aprender matemática, por exemplo. Primeiro precisamos viver e, depois, aprender matemática”, avaliou. “A economia não pode ter êxito se o meio ambiente não tiver. Pela primeira vez temos como mediar os limites do nosso planeta. Temos que cuidar dos oceanos e tentar estabelecer um equilíbrio. Apenas 1% dos oceanos são protegidos e são paraísos para as espécies que vivem ali”, completou.
Por último, os integrantes do painel de debate aprovaram o último ponto, que mesclou duas sugestões: “desenvolver uma rede global de áreas marinhas protegidas internacionais ao lado de uma gestão da pesca baseada no ecossistema, tendo em conta a necessidade de todos os seus componentes, inclusive os predadores”.
“Os peixes são um indício de como estão os oceanos. À medida que os peixes desaparecem, os oceanos desaparecem. Se o peixe está bem, o oceano também está bem”, disse o diretor do centro de pesquisas para pescas da Universidade Columbia Britânica, Ussif Rashid Sumaila, da Nigéria. “O mundo perde até 20 milhões de toneladas de peixes por ano ao não gerir os recursos pesqueiros de maneira correta”, completou, citando dados de um estudo feito pelo centro que coordena.
No debate, Arthur Bogason, presidente da associação nacional da Islândia de proprietários de pequenos botes, disse que os avanços propostos para os oceanos devem contar com o apoio dos pescadores. “Eles e cientistas e têm que trabalhar de mãos dadas. Os conhecimentos dos pescadores são muito valiosos. São aspectos que muitas vezes os cientistas não sabem. Conheço estudos que supostamente descobriram algo que os pescadores já conheciam havia muito tempo”, contou.
Durante o momento aberto para perguntas, Bogason perguntou se havia algum pescador na plateia. Diante de uma resposta negativa, ele criticou. “Estamos aqui discutindo o futuro deles. Que ousadia não convidá-los”. Ao ouvir isso, Sylvia Earle rebateu. “Também não vejo aqui peixes, recifes de corais e nem baleias”, disse, criando uma rápida saia justa.
Os “Diálogos para Desenvolvimento Sustentável ” são encontros organizados pelo governo brasileiro para debater temas da Rio+20 e levar recomendações da sociedade civil ao segmento de alto nível da conferência – presidentes e ministros dos países-membros da ONU. Em cada painel, são apresentados dez pontos sobre o tema proposto. Desses, três são aprovados – sendo um pela internet, outro pelo público presente e o terceiro pelos integrantes da mesa de debate.
A falta de uma regulamentação consistente para a biodiversidade e os recursos naturais em alto-mar é considerada por diplomatas como uma lacuna na legislação internacional. Para muitos, o atual regime é considerado fragmentado e insuficiente. A parcela dos oceanos que não faz parte do território de qualquer país representa 64% da superfície total.
“Os oceanos são a chave para o desenvolvimento sustentável. Setenta porcento do mundo está coberto por água, que serve de lar para milhões de espécies. Podemos fazer a mudança que queremos. Não herdamos os oceanos, só pegamos emprestado. O mínimo que podemos fazer é devolver do mesmo jeito”, disse o vice-presidente de Gerenciamento Internacional de Navios, Shaj Thayil, de Cingapura.
O ponto aprovado pela internet foi “evitar a poluição dos oceanos pelo plástico por meio da educação e da colaboração comunitária”. Para Sylvia Earle, oceanórafa norte-americana, para isso é preciso investir em uma educação que tenha a sustentabilidade como um dos focos.
“Há limites sobre o que devemos colocar nos oceanos. Isso é tão importante quanto aprender matemática, por exemplo. Primeiro precisamos viver e, depois, aprender matemática”, avaliou. “A economia não pode ter êxito se o meio ambiente não tiver. Pela primeira vez temos como mediar os limites do nosso planeta. Temos que cuidar dos oceanos e tentar estabelecer um equilíbrio. Apenas 1% dos oceanos são protegidos e são paraísos para as espécies que vivem ali”, completou.
Por último, os integrantes do painel de debate aprovaram o último ponto, que mesclou duas sugestões: “desenvolver uma rede global de áreas marinhas protegidas internacionais ao lado de uma gestão da pesca baseada no ecossistema, tendo em conta a necessidade de todos os seus componentes, inclusive os predadores”.
“Os peixes são um indício de como estão os oceanos. À medida que os peixes desaparecem, os oceanos desaparecem. Se o peixe está bem, o oceano também está bem”, disse o diretor do centro de pesquisas para pescas da Universidade Columbia Britânica, Ussif Rashid Sumaila, da Nigéria. “O mundo perde até 20 milhões de toneladas de peixes por ano ao não gerir os recursos pesqueiros de maneira correta”, completou, citando dados de um estudo feito pelo centro que coordena.
No debate, Arthur Bogason, presidente da associação nacional da Islândia de proprietários de pequenos botes, disse que os avanços propostos para os oceanos devem contar com o apoio dos pescadores. “Eles e cientistas e têm que trabalhar de mãos dadas. Os conhecimentos dos pescadores são muito valiosos. São aspectos que muitas vezes os cientistas não sabem. Conheço estudos que supostamente descobriram algo que os pescadores já conheciam havia muito tempo”, contou.
Durante o momento aberto para perguntas, Bogason perguntou se havia algum pescador na plateia. Diante de uma resposta negativa, ele criticou. “Estamos aqui discutindo o futuro deles. Que ousadia não convidá-los”. Ao ouvir isso, Sylvia Earle rebateu. “Também não vejo aqui peixes, recifes de corais e nem baleias”, disse, criando uma rápida saia justa.
Os “Diálogos para Desenvolvimento Sustentável ” são encontros organizados pelo governo brasileiro para debater temas da Rio+20 e levar recomendações da sociedade civil ao segmento de alto nível da conferência – presidentes e ministros dos países-membros da ONU. Em cada painel, são apresentados dez pontos sobre o tema proposto. Desses, três são aprovados – sendo um pela internet, outro pelo público presente e o terceiro pelos integrantes da mesa de debate.
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