O Ministério Público de Alagoas denunciou nesta terça-feira 16 deputados e ex-deputados pelo desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa, durante cinco anos. As irregularidades foram descobertas em 2007, durante a Operação Taturana, da Polícia Federal. A ação do MP pediu a perda dos mandatos ou cargos públicos dos acusados.
Denunciados por improbidade
administrativa, os políticos são acusados de tomar, de forma
fraudulenta, empréstimos no Banco Rural, com a Casa de fiadora do
acordo. O grupo ainda tinha a ajuda de "laranjas" para ocultar a fraude,
realizada entre 2002 e 2007. A denúncia de hoje se refere a apenas um
banco, mas há mais seis na lista, entre públicos e privados.
Na lista dos denunciados, há vários
políticos acusados de outros crimes. O prefeito de Maceió, Cícero
Almeida (PP), proporcionalmente o mais votado do Brasil nas eleições de
2008, ainda é acusado de envolvimento em fraudes na licitação do lixo,
com prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos. Citado pela Polícia
Federal como um dos chefes da organização criminosa, o vice-presidente
da Assembleia Legislativa, deputado Antônio Albuquerque (PT do B), já
foi indiciado por compra de votos e por assassinato.
Estão na denúncia, ainda, o deputado federal Arthur Lira (PP); e os deputados estaduais Cícero Ferro (PMN), acusado de envolvimento em três assassinatos; João Beltrão (PRTB), que também responde por três assassinatos; Nelito Gomes de Barros (PSDB), filho do ex-governador de Alagoas Manoel Gomes de Barros; e Isnaldo Bulhões Júnior (PSDB), filho do ex-presidente e conselheiro do Tribunal de Contas Isnaldo Bulhões.
Os demais denunciados são os
ex-deputados Cícero Amélio (PMN), conselheiro do Tribunal de Contas,
Celso Luiz (PMN), Paulão (PT), Maria José Viana (PSB), Dudu Albuquerque
(PSB), Gilberto Gonçalves (PRTB), Alves Correia, Adalberto Cavalcante e
Gervásio Raimundo.
Os juízes Gustavo Souza Lima, Carlos Aley Santos Melo, Alexandre
Machado, André Avancini e Manoel Cavalcante Neto, da comissão criada
pelo Tribunal de Justiça para dar celeridade a ações de improbidade
administrativa decidiram incluir os deputados Edval Gaia
Filho, Antônio Albuquerque, Nelito Gomes de Barros, Arthur Lira,
Maurício Tavares e os ex-parlamentares Cícero Ferro e Cícero Amélio,
atualmente conselheiro do Tribunal de Contas, como réus em uma ação
sobre a fraude na folha de pagamento da Assembleia. As irregularidades
na Folha 108, como ficou conhecida, vieram à tona depois que a Polícia
Federal deflagrou a Operação Taturana, em dezembro de 2007.
Dados da Taturana Desvio: mais de R$ 300 milhões dos cofres da Assembleia Total de volumes do inquérito policial principal: 13 Total de apensos com seus volumes: 330 Número total de folhas do inquérito policial: 94.325 Total de laudos produzidos: 233 Total de pessoas ouvidas: 399 Total de pessoas indiciadas: 110, entre os quais um conselheiro do Tribunal de Contas, 15 deputados estaduais, 11 ex-deputados estaduais, um ex-deputado federal, dois prefeitos, três secretários municipais, cinco candidatos nas eleições de 2008, seis bancários, 30 funcionários da ALE e 10 familiares de políticos. Carros apreendidos: 30 fonte:portaldelicitações |
sábado, 6 de outubro de 2012
A biblioteca que ninguém viu -
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