quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Apagão deixa Brasília às escuras por duas horas nesta quinta-feira

Companhia Energética de Brasília diz que problema ocorreu na subestação de Furnas que abastece a Asa Norte e região central da capital


Congresso às escuras: corredores das comissões da Câmara dos Deputados sem luz na tarde desta quinta-feira
Foto: André Coelho / O Globo
Congresso às escuras: corredores das comissões da Câmara dos Deputados sem luz na tarde desta quinta-feira André Coelho / O Globo
 Menos de 24 horas após a pane em uma subestação de Furnas que interrompeu o fornecimento de energia para grande parte do país, um novo apagão deixou 70% do Distrito Federal às escuras, por cerca de duas horas, entre 13h e 15h. Porém, a Companhia Energética de Brasília (CEB) informou que não há relação entre os dois eventos. De acordo com a CEB, um incêndio no cerrado, muito comum nesta época de estiagem, teria afetado uma das linhas de transmissão mais importantes da região, que entrou em curto circuito. Por questão de segurança, as subestações que estavam conectadas a ela foram desligadas automaticamente por causa da sobrecarga na rede.
Faltou luz inclusive nos prédios dos ministérios e no Congresso, onde a maioria das escadas rolantes e dos elevadores ficou desligada, pois parte da energia foi provida por gerador. No Palácio do Planalto, só havia luz por causa de geradores, mas os anexos ficaram no escuro. O apagão acabou prejudicando o julgamento do mensalão, que começou com quase 40 minutos de atraso no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a CEB, só escaparam a Asa Sul, Gama, Santa Maria e o SIA (setor de indústrias e abastecimento).
Essa foi a primeira vez que a atual gestão da CEB admitiu que houve um apagão. Os técnicos só usam esse termo quando há um grande blecaute que deixa a maior parte da rede no escuro.
- É um incidente grave que traz um transtorno grande para a população, mas temos confiança nos investimentos que estão sendo feitos – afirmou Bastos Neto. - É uma fatalidade – lamentou Bastos Neto.
A luz foi religada aos poucos: também para evitar sobrecarga. No fim da tarde, apenas duas pequenas cidades do entorno do DF permaneciam sem energia.
Segundo Bastos Neto, existem obras em andamento para ampliar a capacidade de distribuição da energia no Distrito Federal que somam R$ 155 milhões. Entretanto, a CEB não informou qual o orçamento total para este ano.
Com essas obras, o governo local quer criar uma nova rota para a corrente elétrica e pulverizar a transmissão que hoje está concentrada num “corredor”, justamente onde houve o incêndio que causou tanto prejuízo para a população. Quando os funcionários da companhia chegaram ao local o fogo já estava apagado. Para a empresa, não houve nenhum dado material.
Em nota, Furnas informou que está apurando as causas da interrupção do fornecimento de energia em Brasília. Segundo a empresa, inicialmente, houve desligamento da linha de transmissão de Samambaia-Brasília Norte, de propriedade da CEB, e, posteriormente, ocorreu o desligamento de outras duas linhas, ambas também de propriedade da CEB, entre as subestações de Brasília Sul, de Furnas, e Brasília Norte, da distribuidora.
Ontem à noite, uma pane num transformador de Furnas, em Foz de Iguaçu, causou um apagão em diversas partes do Brasil. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a interrupção ocorreu das 20h55m às 21h22m e afetou áreas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de consumidores do Acre e de Rondônia. Houve a perda de 3.500 MW de um total de 60.000 MW produzidos, ou seja, pouco mais de 5%. A real extensão do blecaute e só deverá ser conhecida nesta quinta-feira, quando os técnicos começarem a investigar as causas.
Nesta quinta-feira Furnas explicou, em nota, que o apagão de ontem teria sido provocado por um curto-circuito em um equipamento de baixa tensão na subestação de Furnas em Foz do Iguaçu (PR), desencadeando automaticamente o desligamento em cadeia de outros quatro transformadores.
De acordo com Furnas, suas equipes trabalharam em conjunto com o ONS para minimizar os impactos no Sistema Interligado Nacional (SIN) e recompor o sistema imediatamente após o ocorrido.

fonte:oglobo

Nenhum comentário:

Postar um comentário