Apagões
O ex-diretor de Gás e Energia da Petrobrás, Ildo Sauer, afirmou em
entrevista à Rádio Estadão-ESPN que Dilma Rousseff é a "principal
responsável pelos recentes apagões no Norte e Nordeste do País e foi
premiada com a Presidência da República". Ele explicou que a presidente
falhou ao não implementar o Plano Nacional de Energia quando era
Ministra de Minas e Energia, em 2003, no início do governo Lula.
Sauer fez parte da equipe que planejou a revisão na estrutura de
organização, gestão e planejamento do sistema elétrico, durante o
primeiro ano do governo Lula. Para ele, os apagões estão demonstrando
que o planejamento no setor é deficiente e que a gestão está com
dificuldade. "Se o sistema de proteção está adequadamente instalado, com
manutenção preventiva centrada em qualidade, não poderia ocasionar a
derrubada de 5 ou 6 linhas", afirmou.
Ele afirma que houve falhas de manutenção e resolução de emergências. O
problema no setor, diz Sauer, é a grande quantidade de empresas e
órgãos responsáveis por monitorá-lo, o que causa falhas na manutenção e
na resolução de emergências.
Tarifas. A recorrência de apagões demonstra falhas de manutenção no
sistema de transmissão de energia, avalia o diretor da Coppe/UFRJ, Luiz
Pinguelli Rosa. E a situação poderá piorar, com o plano de redução da
tarifa de energia do governo: "A redução da tarifa poderá agravar, no
sentido de comprometer capacidade das empresas de investir em
engenharia. A manutenção do sistema é muito cara."
A avaliação de Pinguelli, que presidiu a Eletrobrás no governo Lula, é
que a repetição dos episódios de apagão demonstra que há falhas não só
na manutenção das linhas, como na previsão das ocorrências. "É uma
questão técnica, que não tem qualquer semelhança com os apagões por
falta de geração que ocorreram no passado", ressaltou.
Já o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, é
mais enfático em suas críticas à gestão do setor elétrico, direcionadas à
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"O governo se dedicou muito a aumentar a oferta de energia e esqueceu
que para a energia chegar ao consumidor precisa ser transportada e
distribuída. Não está havendo melhoria dos equipamentos. Não estão sendo
construídas linhas novas", disse. Ele alerta para o risco de o problema
piorar no futuro com a instalação de novas usinas no Norte e Nordeste,
longe dos principais centros de consumo, o que, em sua opinião, irá
sobrecarregar ainda mais o sistema.
fonte:Estadão
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