quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Governo quer objetivos do milênio em desenvolvimento sustentável

Proposta será defendida na Rio+20. Segundo principal diplomata brasileiro envolvido na preparação da Conferência da ONU, ODM em desenvolvimento sustentável é 'produto esperado'. Comissão nacional que discute posições do país fará reuniões mensais até Rio+20. Governo sonha em fazer do encontro o maior da história da ONU. Investimento será de R$ 430 milhões.



Brasília – O Brasil espera – e defenderá isso – que a Rio+20 termine com uma espécie de objetivos do milênio (ODM) para a área do desenvolvimento sustentável, tema da conferência das Nações Unidas que será realizada em junho. A informação foi dada nesta quinta-feira (9) pelo subsecretário geral de Meio Ambiente do ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, principal diplomata brasileiro a negociar a Rio+20.

Os ODMs são oito metas definidas pela ONU em 2000, como eliminar a fome, reduzir a mortalidade infantil e promover igualdade entre os sexos, que os países deveriam atingir até 2015. Para o governo, é possível e desejável criar objetivos em desenvolvimento sustentável. “Esse é um dos produtos esperados da Rio+20”, disse Machado em debate na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Segundo o diplomata, o Brasil entende que o resultado da conferência tem de estar à altura do desafio que é promover desenvolvimento sustentável, entendido como promover vida digna a toda a população mundial mas sem destruição ambiental.

“Será uma hora de repensar coletivamente o que temos de fazer, em termos planetários, de diferente do que estamos fazendo agora”, afirmou Machado. “Ou cuidamos desses temas agora, ou será tarde, talvez a próxima conferência aconteça só daqui a dez anos.”

Nesta quarta-feira (8), foi realizada outra reunião da comissão nacional, formada por ministros, entidades empresariais e entidades da sociedade civil, que constrói as propostas que o país levará à Rio+20. Foi a primeira depois de a presidenta Dilma Rousseff ter recebido, em um hotel em Porto Alegre, durante o Fórum Social Temático, grupo de cerca de 40 movimentos sociais que também foram manifestar seus pontos de vista.

A comissão aprovou um documento que foi enviada em novembro à ONU, mas o texto ainda pode ser alterado. “Fizemos avaliação dos pontos positivos e dos pontos ainda insuficientes do documento apresentado. Há vários segmentos, inclusive do próprio governo, que acham que podemos avançar até a realização da Rio+ 20”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira

Segundo ela, a comissão vai se reunir mensalmente até que chegue a hora da Rio+20.

No governo, a intenção é fazer da Rio+20, que atrairá líderes mundiais ao Rio de Janeiro entre 20 e 22 de junho, a maior conferência da ONU já realizada na história, independentemente do tema.

Com aval do Congresso, o governo separou no orçamento R$ 430 milhões para organizar o encontro. Parte expressiva do dinheiro será destinada às forças armadas, à Polícia Federal e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para ações de inteligência e de segurança dos convidados, como reforço do controle do espaço aéreo e marítimo do país. O Itamaraty terá R$ 200 milhões para investir na montagem e na divulgação do evento em si.

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