segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Janela de cinema discute o espaço urbano do Recife discutindo 160 filmes


Festival também promove debates e a mostra infantil 'Janelinha'.
Retrospectiva de Stanley Kubrick traz longas e curtas do cineasta.

"Febre de Rato", de Cláudio de Assis, abre o festival deste ano. (Foto: Divulgação)

A 4ª edição do festival Janela Internacional de Cinema do Recife traz 160 filmes, entre longas e curtas-metragens nacionais e internacionais, e mais de 60 convidados brasileiros e estrangeiros para a capital pernambucana, entre os dias 4 e13 de novembro. As sessões vão acontecer no Cine São Luiz, no Centro da cidade, e no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby.

O espaço urbano do Recife é o tema deste ano. “Queremos discutir, através de filmes de cineastas pernambucanos, o que está sendo feito da e na nossa cidade”, explica Kleber Mendoça Filho, curador do festival. Por isso, a sessão de abertura na sexta, 4 de novembro, às 20h30, fica nas mãos do filme pernambucano “Febre do Rato”, do cineasta Cláudio Assis. Essa vai ser a segunda apresentação nacional da obra, que foi a grande vencedora do Festival de Paulínia, em São Paulo.


O filme “Estradeiros”, de Sérgio de Oliveira e Renata Pinheiro, e “As Hiper Mulheres”, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Tacumã Kuikuro, estão entre os longas nacionais da edição deste ano. Entre os longas internacionais, figuram filmes que foram destaques no Festival de Cannes: “O Garoto da Bicicleta” ganhou o prêmio de melhor direção na mostra francesa. “As neves do Kilimanjaro” e “A guerra está declarada” também são filmes que merecem a atenção do público, segundo Kleber.

Entre os destaques deste ano está a retrospectiva do cineasta americano Stanley Kubrick, comemorando os 40 anos do clássico “Laranja Mecânica” (1971). O Cine São Luiz receberá os longas do cineasta desde “A Morte Passou Por Perto” (1955) até “De Olhos Bem Fechados” (1999). Uma sessão especial, organizada pelo cineclube Dissenso, vai trazer os curtas de Kubrick e o filme rejeitado pelo próprio diretor, “Medo e Desejo” (1953), que caiu em domínio público.

No dia 12, às 10h30, acontece uma aula com o conservador-chefe da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Hernani Heffner, que irá discutir a obra e o legado do cineasta.

Uma das novidades deste ano é o Janelinha, mostra voltada para o público entre 8 e 12 anos, que acontece no dia 6 de novembro, a partir das 10h30. “Estou muito feliz com os filmes do Janelinha. Foram os pais que nos mostraram a necessidade de termos uma sessão voltada para o público infantil”, conta Mendonça Filho. Serão exibidos seis curtas, sendo dois deles estrangeiros, “New London Calling”, dos Estados Unidos, e “Las Palmas”, da Suécia.

Aproveitando o clima de discussões sobre o Recife, o projetor digital Christie, trazido especialmente para o festival, vai ser virado para fora do Cinema São Luiz no dia 8 de novembro a noite. A tela será o edifício Trianon, do outro lado do Rio Capibaribe, mas o que será mostrado é mantido em segredo. “Só posso dizer que o montador André Antônio e a arquiteta Cristina Gouveia é que estão fazendo o vídeo”, afirma.

Outro destaque deste ano é a oportunidade de conferir os raríssimos filmes da Escola de Documentário de Saravejo. São 20 curtas de curta metragens feitos nos anos 60 e 70 que retratam a sociedade ioguslava durante o período comunista. “Esses filmes são incríveis. Não estão disponíveis em DVD”, conta Kleber. Entre os filmes está “Snajari” (Sonhadores, 1971), que acompanha crianças de rua de Saravejo, e “A Missão de Ismet Kozica” (1977), que mostra a vinda de jovens camponesas do interior para serem transformadas em operárias do sistema.

Além das sessões, o Janela Internacional conta com oficinas e debates. Eva Morsch Kihn, do Festival Rencontres Cinémas d’Ámerique Latine de Touluse (França) e do comitê de seleção do Cine em Construcción, é uma das atrações internacionais que vai conversar com o público do festival. Os cineastas Silvia Cruz, Pedro Butcher e Marcelo Pedroso são os convidados para debate sobre distribuição alternativa de filmes.

Em sua terceira participação no festival, o Cachaça Cinema Clube, do Rio de Janeiro, faz uma sessão especial no dia 10, às 19h30, no Cine São Luiz, prometendo trazer filmes cariocas raros como “Partido Alto” (1976-82), de Leon Hirszman, feito com a colaboração de Paulinho da Viola.

Os ingressos para os curtas-metragens tem preço fixo de R$ 1. Para os longas, o preço é de R$ 4 (inteira) no Cine São Luiz e R$ 8 (inteira) no Cinema da Fundação.

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