Filme tem estreia antecipada no feriado
A história do golfinho que perdeu a cauda numa armadilha para caranguejos deixada por pescadores e sua lenta recuperação para voltar a nadar, transformou-se num exemplo de superação para pessoas de todo o mundo. Com elementos dramáticos mais que evidentes, a via-crúcis do golfinho fêmea Winter, resgatado pelo Aquário Marítimo de Clearwater, na costa da Flórida, nasceu talhada para ganhar as telas.
E o cinema americano, com sua inegável capacidade para manter o radar ligado, está sempre apto para traduzir as jornadas mais difíceis em inspiradas lições de vida. Winter, o golfinho (Dolphin tale, 2011), de Charles Martin Smith, em cartaz a partir desta quarta-feira (12/10), vem embalado como um produto perfeito para ser consumido por toda a família em dia de feriado, mas vai além disso.
À primeira vista, Winter, o golfinho, conta a história da amizade entre Sawyer (Nathan Gamble), um garoto órfão de pai, e o golfinho ferido que ele ajudou a recolher na praia. Antes da metade do filme, porém, já percebemos que não estamos diante apenas de uma cópia de Free Willy (1993), com um golfinho no lugar de uma orca Keiko. Como o menino é solitário e sem amigos, ele via no primo, o nadador Kyle (Austin Stowell), um modelo a seguir. No entanto, quando o rapaz é convocado para o exército e em pouco tempo volta paralítico, os dramas paralelos do golfinho e do jovem soldado mutilado dão ao filme um sentido mais complexo.
Sem falar da guerra em um único diálogo e apenas mostrando os soldados mutilados de um centro de reabilitação que esperam uma prótese para levar a vida adiante, Winter, o golfinho, parece enxergar nesta situação o que se passa no coração dos Estados Unidos, uma nação ferida que precisa expurgar seus erros e pecados do passado.
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