Cofundador da Apple confessou que se arrependeu da decisão de adiar a operação de câncer de pâncreas
WASHINGTON - O cofundador da Apple Steve Jobs rejeitou submeter-se mais cedo a uma cirurgia para tratar o câncer de pâncreas que acabou provocando a sua morte, segundo seu biógrafo oficial.
Walter Isaacson concedeu uma entrevista ao programa da CBS "60 Minutes", cujos trechos foram divulgados nesta quinta-feira (20) e indicam que Jobs, que morreu em 5 de outubro aos 56 anos, lhe confessou que se arrependeu da decisão de adiar a operação.
Isaacson, cujo livro "Steve Jobs" será vendido a partir de segunda-feira, disse que os médicos disseram ao fundador da Apple que a doença "pertencia aos 5% dos tipos de câncer de pâncreas que podem ser curados".
"Mas Steve Jobs não foi operado de imediato", afirmou. "Ele tentou se tratar com dieta. Recorreu a terapias espirituais. Tentou várias formas de fazê-lo mediante macrobióticos para não ser operado".
"Logo todo mundo estava dizendo a ele: 'deixe de tentar combater (a doença) com todas esses vegetais, simplesmente se opere'", declarou Isaacson. "Mas ele só fez a operação nove meses depois", completou.
"Descobriram que era tarde quando, no momento da operação, (os cirurgiões) viram que o mal já tinha se espalhado para os tecidos próximos ao pâncreas", afirmou o autor.
Ao ser questionado sobre por que Jobs rejeitou inicialmente a operação, Isaacson afirmou: "eu perguntei isso a ele e ele me respondeu que não queria que seu corpo fosse aberto. Não queria ser violado dessa forma".
"Estava arrependido", disse o escritor. "Acredito que ele sentia que se alguém ignorasse algo, poderia ter um pensamento mágico", disse o biógrafo.
Jobs submeteu-se a uma cirurgia contra o câncer de pâncreas em 2004 e recebeu um transplante de fígado em 2009.
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