Os
artistas plásticos, Ana Lisboa, Luciano Pinheiro, Renato do Valle e
Montez Magno, estarão expondo no Museu do Estado de Pernambuco,com
abertura na quinta-feira (30/08). A exposição é fruto de um
trabalho de mestrado de Ana Lisboa em cima da arte dos artistas que
evoca a religiosidade tendo a Arte como Prece. A exposição fica em
cartaz até 30 de setembro.
O
livro também será lançado, mas só no dia 26 de setembro. A importância
dos dois eventos caminharem juntos está na possibilidade do leitor
vivenciar de perto as obras dos artistas pesquisados e poder
intensificar suas percepções in-loco dos trabalhos, contribuindo na
compreensão quando seguir caminhando na leitura de “ARTE COMO PRECE”
A
exposição que tem como tema “Interseção: Arte & Religiosidade” é
uma oportunidade para o público entender como esses artistas de produção
tão distintas se apóiam na religiosidade sem rótulos para transferirem à
arte os seus sentimentos e entendimentos do mundo.
A
exposição que teve sua concepção a partir do livro “Arte como Prece” de
Ana Lisboa- a religiosidade no trabalho dos quatro artistas
pernambucanos, financiado com recursos do Funcultura 2011, traz textos
abertos a relação pessoal dos artistas no exercício individual da
religião. Para Ana Lisboa.“Tudo que se faz com amor, a partir daquilo
que recebemos na vida (nossas facilidades) é uma forma de oração”.
O
livro trata de um misto de desabafo, autoanálise e discussão sobre
religião de cada um dos quatro. A religiosidade debatida no
livro é a que Ana Lisboa sintetiza como “uma espiritualidade
caleidoscópica, fluida, uma permanente bricolage, na qual as dúvidas e
questionamentos refletem a angústia existencial dos indivíduos”. Essa
seria ainda uma “‘cultura religiosa errante’, porosa, performática,
festiva, efêmera, sem rígidos marcos doutrinários, carente de princípios
teológicos que
desterritorializam o sagrado”.
A
prece é presente na produção dos artistas. Montez Magno mostra nos
seus trabalhos plásticos e nas poesias e pinturas a acentuação do
silêncio e o vazio, contendo energia cósmica; nos desenhos dos ex-votos
de Renato Valle, apelos de compaixão humana; na obra intitulada “O
Altar”, de Luciano Pinheiro tem
“objetivo de meditação e oração, num contexto referente ao
culto,exorcizando a violência, e Ana Lisboa nos 27 oratórios que fez em tributo ao seu irmão, contendo preces escritas
Para
Renato Valle, a religião aparece na arte contemporânea quando o artista
tem esse sentimento religioso. “Vai aparecer de forma muito subjetiva
ou de forma objetiva ”. O artista acredita que a pessoa religiosa
demonstra este sentimento em todas as suas
ações. “Eu vejo a arte como “um meio de expressão”, de ampliação de
diálogos. O trabalho reflete o tempo e todas essas coisas que a gente
levanta, que a gente pensa, que a gente sente. Então, eu vejo o trabalho
como uma forma de aumentar essa discussão até para quem não está nos
vendo”.
Luciano
Pinheiro teve uma formação religiosa rígida e precisou
esquecer tudo para construir a maneira como hoje exerce sua
espiritualidade ou religiosidade. Embora confesse uma certa dificuldade
em falar sobre a presença da religião em suas realizações plásticas, ele
percebe, em muitos trabalhos, esse sentimento, essa religiosidade, na
iconografia, na necessidade de expurgar sentimentos para se tornar
melhor para o mundo. Alguns de seus trabalhos utilizam a simbologia religiosa. Considera a religiosidade algo essencial em sua vida.
Luciano
Pinheiro,
Montez Magno e Renato Valle foram os artistas plásticos selecionados
por Ana Lisboa para o seu mestrado, pelo envolvimento do processo de
construção artística com o campo de estudo o qual já vinha realizando em
sua pesquisa plástica de atelier.
Luciano Pinheiro é desenhista, pintor e gravador, além de arquiteto,
nascido no Recife. Foi um dos fundadores, em 1977, da Oficina Guaianases de Gravura, em Olinda. Ganhador de vários prêmios.
Montez
Magno é poeta, pintor, escultor, desenhista, tradutor, artista
multimídia, nascido em Timbaúba – PE,a mas vive no Recife. Em 2000,
realizou exposição no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam) e,
em 2006, no Museu do
Estado de Pernambuco. Alguns de seus trabalhos sugerem o tema
religiosidade.
Renato
Valle , trabalha desde 1984, com o tema Ex-Voto, que deu origem ao
Projeto Cristos Anônimos. A reflexão sobre a religião, a religiosidade e
o simbolismo da cruz é recorrente em sua produção plástica. Realiza
desenho e pintura em escalas diferentes, aproxima-se de imagens de
Cristo
nos diversos momentos da história da humanidade e faz uma colagem, com a
intenção de formar uma cruz com esses desenhos.
Ana Lisboa, é artista plástica, já
participou de várias exposições coletivas e individuais. É professora de Artes na Universidade Federal de Pernambuco.
Serviço:
Exposição dos artistas : Ana Lisboa, Renato Valle,Luciano Pinheiro e Montez Magno
Local: Museu do Estado de Pernambuco -Av. Rui Barbosa 960-Graças
Abertura: 19h
Data: 30/08 até 30/09
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