Antes de aplicar aproximadamente R$ 107 milhões na aquisição de equipamentos, o Estado deveria assegurar o básico
Alunos da rede pública estadual receberão, a partir do próximo mês, 170 mil tablets, que, na avaliação da Secretaria de Educação de Pernambuco, vão contribuir para melhorar o aprendizado. Uma visita a escolas estaduais, porém, mostra que antes de aplicar aproximadamente R$ 107 milhões na aquisição dos equipamentos o Estado deveria assegurar o básico: professores em todas as unidades, espaço adequado e, na área tecnológica, a garantia de que os laboratórios de informática funcionem e tenham acesso a internet.
Na Escola Estadual Rotary Nova Descoberta, Zona Norte do Recife, turmas do ensino fundamental (7º, 8º e 9º anos) estão sem docentes de física, inglês, geografia e educação física. Nas séries do ensino médio não há quem lecione química, matemática, física, sociologia e educação física. No início da semana passada, quando o JC visitou a unidade de ensino, o turno da tarde deveria largar às 18h. Duas horas antes, às 16h, boa parte dos estudantes havia sido liberada.A gente quer estudar, mas não tem professor para todas as matérias”, afirmam as irmãs Gabriela, 16 anos, e Rafaela Conrado, 13, alunas do 1º ano do ensino médio. “É comum irmos para casa mais cedo”, revela Nathália Nascimento, 14, da 8ª série do fundamental. Ela diz que a biblioteca é pouco usada e vive empoeirada. O laboratório de informática quase não é utilizado, conforme a adolescente. A Secretaria de Educação está fazendo levantamento para saber se há carência de profissionais. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação também não sabe quantificar o número de professores que falta nas unidades.
Em Itamaracá, a maior queixa dos alunos da Escola Senador Paulo Guerra é a falta de espaço. Livros e mobiliários estão espalhados no pátio, porque não há lugar para guardá-los. As aulas de educação física acontecem numa praça. O colégio não tem quadra nem área de recreação.
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