domingo, 4 de março de 2012

Escolas investem em tecnologia mas são reprovadas no bê-á-bá

Antes de aplicar aproximadamente R$ 107 milhões na aquisição de equipamentos, o Estado deveria assegurar o básico

Alunos da rede pública estadual receberão, a partir do próximo mês, 170 mil tablets, que, na avaliação da Secretaria de Educação de Pernambuco, vão contribuir para melhorar o aprendizado. Uma visita a escolas estaduais, porém, mostra que antes de aplicar aproximadamente R$ 107 milhões na aquisição dos equipamentos o Estado deveria assegurar o básico: professores em todas as unidades, espaço adequado e, na área tecnológica, a garantia de que os laboratórios de informática funcionem e tenham acesso a internet.

Na Escola Estadual Rotary Nova Descoberta, Zona Norte do Recife, turmas do ensino fundamental (7º, 8º e 9º anos) estão sem docentes de física, inglês, geografia e educação física. Nas séries do ensino médio não há quem lecione química, matemática, física, sociologia e educação física. No início da semana passada, quando o JC visitou a unidade de ensino, o turno da tarde deveria largar às 18h. Duas horas antes, às 16h, boa parte dos estudantes havia sido liberada.

A gente quer estudar, mas não tem professor para todas as matérias”, afirmam as irmãs Gabriela, 16 anos, e Rafaela Conrado, 13, alunas do 1º ano do ensino médio. “É comum irmos para casa mais cedo”, revela Nathália Nascimento, 14, da 8ª série do fundamental. Ela diz que a biblioteca é pouco usada e vive empoeirada. O laboratório de informática quase não é utilizado, conforme a adolescente. A Secretaria de Educação está fazendo levantamento para saber se há carência de profissionais. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação também não sabe quantificar o número de professores que falta nas unidades.

Em Itamaracá, a maior queixa dos alunos da Escola Senador Paulo Guerra é a falta de espaço. Livros e mobiliários estão espalhados no pátio, porque não há lugar para guardá-los. As aulas de educação física acontecem numa praça. O colégio não tem quadra nem área de recreação.

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