terça-feira, 26 de julho de 2011

Países sul-americanos criam rede para trocar informações sobre o câncer

O objetivo do projeto é investir em programas regionais de controle da doença


RIO DE JANEIRO – Os centros oncológicos dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) contam a partir desta terça-feira (26) com uma rede virtual de troca de dados e informações no combate ao câncer. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que abriu os primeiros trabalhos da Rede de Institutos Nacionais de Câncer (Rinc), criada em 2010, a ideia do projeto é investir em programas regionais de controle de câncer.




“Vamos utilizar o instrumento da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde [UnA-SUS] do Ministério da Saúde, de ensino a distância para os profissionais de saúde, e, com isso, trocar as informações, os estudos e inclusive fazer programas de treinamento a distância para os profissionais da América do Sul”, disse Padilha.

O encontro, que teve a participação de ministros e profissionais dos membros da Unasul, aconteceu no Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Pró-Isags), que foi inaugurado terça-feira (25), no centro do Rio, para articular redes e parcerias para a região na área da saúde. O Brasil será o coordenador da rede, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Na primeira fase dos trabalhos, a rede vai priorizar o desenvolvimento e o intercâmbio de indicadores de registro de base populacional e hospitalar sobre o câncer. A partir dessas informações, a entidade buscará criar estratégias conjuntas de controle da doença.

O diretor executivo do Pró-Isags e ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, declarou que a cooperação regional vai permitir que os países estejam integrados na luta contra o câncer. “Esta rede vai possibilitar compartilhar critérios de acesso, compra, banco de dados sobre preços e questões relacionadas e, assim, colocar em prática a agenda sul-americana de saúde”.

O presidente da União Nacional para o Controle do Câncer (UICC), Eduardo Cazap, lamentou que, embora o câncer seja um problema global, não apenas de saúde pública como também de desenvolvimento humano, a doença não esteja entre os Objetivos do Milênio, compromisso estabelecido pelas Nações Unidas e que tem o referendo de vários países. “Calcula-se que os gastos em saúde cheguem aos trilhões de dólares por ano. Sem a criação urgente de políticas públicas adequadas, o sistema de saúde vai entrar em colapso”.

O câncer é a primeira causa de morte nos países desenvolvidos. No Brasil, os tipos de câncer mais comuns são o de colo de útero e o de mama. Estimativas do Inca apontam que, este ano, o país terá aproximadamente 18,5 mil novos casos de câncer de colo do útero e 49,2 mil de câncer de mama.

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