sábado, 22 de dezembro de 2012

O Mensalão e o povo, por Ruy Fabiano




Em meio ao noticiário sobre a Operação Porto Seguro e o fecho do Mensalão, e a propósito de nada, foi publicada esta semana pesquisa do Datafolha sobre as eleições presidenciais de 2014. Deu Lula e Dilma na cabeça.
Ganhariam, um ou outro, no primeiro turno. Considerando-se que faltam quase dois anos para aquelas eleições, e que nem mesmo se conhecem os demais candidatos, ignora-se o objetivo desse levantamento precoce.
É possível que quisesse mostrar exatamente isto: que o povo está indiferente ao Mensalão.
A tese já havia sido levantada por Lula, para quem o povo estava preocupado com a situação do Palmeiras.
A eleição de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, que teve em José Dirceu um atuante cabo eleitoral, parecia confirmar a premissa.
A pesquisa, dentro desse raciocínio sofístico, a ratificava. Se verdadeira a conclusão, o que nem de longe está demonstrado, grave anomalia social teria sido constatada: o povo está indiferente, ou mesmo de acordo com a roubalheira.
O que se evidencia, no entanto, é algo bem diverso: que uma expressiva maioria ainda não conectou nem articulou os fatos.
Senão, vejamos. Lula não fez parte do julgamento do Mensalão. Só passou a ser citado após as denúncias de Marcos Valério, depois da condenação dos réus. Mesmo assim, a notícia foi apresentada como uma armação desesperada de Valério.
Em relação à Operação Porto Seguro, o máximo que se publicou é que uma das acusadas, Rosemary Noronha, era sua “amiga íntima”, nomeada por ele e que, no exercício da função, praticou tráfico de influência, o que bem poucos sabem o que seja.
Não houve tempo de assimilação do escândalo. No Brasil, são tantos – e simultâneos - que mesmo os escassos leitores de jornal custam a se situar; que dirá os que só se informam pela TV.
Leia a íntegra em O Mensalão e o povo

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