Apesar do clima de revolta no local, retirada foi feita de forma pacífica
Vinte e cinco famílias foram retiradas de um galpão da Prefeitura do Recife em uma ação de reintegração de posse na manhã desta quinta-feira (15). O imóvel fica localizado na Avenida Norte, próximo à Paróquia de São Sebastião, no bairro de Santo Amaro. Apesar do clima de revolta no local, com pessoas xingando a ação, as famílias não reagiram e a retirada, que teve início por volta das 9h, foi feita de forma pacífica.
Uma das moradoras, Suelen Ribeiro, de 18 anos, chegou a afirmar que era grande o número de mulheres e crianças no local e que os agentes da Empresa de Urbanização do Recife (URB), que fizeram a desocupação, teriam chegado de forma abrupta, desligando a energia e mandando todo mundo sair imediatamente, mas a presença de nove policiais militares e de um ônibus do Batalhão de Choque fez com que os moradores se sentissem intimidados e não reagissem.
O advogado da URB, José Carlos Robalinho, informou que o órgão negociava com os moradores há cerca de oito meses para que saíssem do galpão antes que o prazo expirasse, mas as partes não chegaram a um acordo. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o local foi ocupado há um ano e os moradores foram pegos de surpresa com a ação.
Os pertences recolhidos pelos moradores foram colocados em caminhões da Diretoria de Controle Urbano (Dircon) e transportados, em companhia dos proprietários, para casas de familiares, parentes e amigos. Uma única família, no entanto, que não tem para onde ir, receberá ajuda do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de População de Rua e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Santo Amaro.
Para o coordenador estadual do MTST, Jaílson Serafim, esta ação fere os direitos humanos, e "terá troco e a reação vai ser brava, porque a Prefeitura acha que o povo não tem força, mas eles vão mostrar que têm".
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