domingo, 11 de setembro de 2011

O desafio de ganhar o mercado externo

Pequenas e médias empresas encaram o projeto Primeira Exportação


Pequenas e médias empresas de Pernambuco se preparam para despontar no comércio internacional até setembro de 2012. O caminho foi longo, cheio de obstáculos. Num primeiro momento, o Projeto Primeira Exportação, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) selecionou 32 candidatas no Estado. Desse universo, apenas nove persistiram e vão desembarcar seus produtos lá fora. As vencedoras engendraram um processo de profissionalização para encontrar sua faceta cosmopolita.


No Brasil, o programa começou com um piloto, em 2007, com empresas do Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Norte. No ano passado, a iniciativa ganhou fôlego e se estendeu por oito Estados: Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Santa Catarina, com participação de 102 empresas.


A coordenadora geral de Desenvolvimento de Programas de Apoio às Exportações da Secretaria de Comércio Exterior, vinculada ao Mdic, Cândida Cervieri, explica que a proposta da iniciativa é aumentar a base de empresas exportadoras, estimulando os pequenos e médios negócios. Ela destaca que apesar de responder por 98% do volume exportado, essas empresas contribuem com apenas 1,8% do valor exportado pelo País.

Em Pernambuco, participam do projeto as empresas Prolev (alimentos), Tribos (moda feminina), Rishon (cosméticos), DAM (roupas profissionais), Isis (alimentos), Supranor (ração animal), KJX (cosméticos), Xick Baby (calçados infantis) e Officina Design Ecológico (bijuterias).

A Rishon será uma das primeiras a estrear no comércio externo. A fabricante de cosméticos já concluiu todas as etapas do projeto e deverá embarcar, até o final do ano, a primeira remessa de seus produtos para Portugal. A empresária Marcelle Sultanum conta que o desejo de exportar era antigo. “Até chegamos a vender sabonete líquido a granel para a Malásia, mas foi esporádico. Na verdade não exportamos, fomos comprados”, diz, fazendo autocrítica.


Agora é diferente, a Rishon trilhou todo o caminho para se profissionalizar no mercado internacional. Quem conhece a história da jovem empresária de 34 anos não duvida que ela terá sucesso na empreitada. Aos 17 anos começou a trabalhar com o pai na empresa. Três anos depois o patriarca faleceu. A família pensou em vender a fábrica, mas ela se atreveu e assumiu o negócio com a ousadia dos seus 20 anos. “Hoje nem acredito como eu fiz isso”, diz, sorrindo.
Marcelle decidiu exportar para Portugal num primeiro momento pela facilidade da língua e pela aceitação dos cosméticos brasileiros na Europa. “O Brasil está na moda lá fora. Nossos cosméticos têm um mercado gigante para atender. E não vamos concorrer com empresas portuguesas, vamos disputar com outras brasileiras que também estão por lá”, afirma. A empresária optou por oferecer lá fora um produto que as companhias locais não fabricam: o kit de escova progressiva Sleek, da Tutanat.

A estimativa é vender de 10% a 15% da produção lá fora. Ela adianta que capacidade de fabricar não será problema. Hoje, a Rishon usa 80% dessa capacidade, trabalhando em apenas um turno. A empresária comemora o resultado do programa, mas destaca as dificuldades impostas aos pequenos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário