Usina será instalada em Suape e tem elevado potencial poluidor
O secretário estadual de Recursos Hídricos, João Bosco de Almeida, disse, em entrevista à Rádio JC/CBN, que a Star Energy, subsidiária do Grupo Bertin que irá construir a usina termelétrica Suape III, “não entende nada de operação do setor elétrico”. A declaração enfática tinha como objetivo rebater as afirmações de que o governo do Estado e a empresa se contradizem quando falam sobre o tempo de funcionamento da “maior usina a motor do mundo”, movida a óleo combustível - a segunda fonte mais poluente que existe (ver arte ao lado). O Palácio do Campo das Princesas defende que, por se tratar de um empreendimento gerador de energia de reserva, só será ligado e, consequentemente, lançará gases poluentes na atmosfera, em situações emergenciais. Já a Star Energy estima que irá rodar três meses por ano.
“Eles sabem como operar a usina deles, mas de despacho de energia eles não entendem nada. O que eles fazem é construir a usina, deixá-la de prontidão e colocá-la em funcionamento da forma que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinar. Sem falar que eles não são empreendedores do ramo. E isso eu digo na frente deles”, reforçou. O fato de não terem bagagem no setor elétrico foi mencionado por Almeida para lembrar que o Grupo Bertin cresceu a partir da pecuária bovina. O secretário explicou ainda que só uma usina nuclear teria a capacidade de gerar energia de reserva, com possibilidade de acionamento imediato em casos de déficit acima de 5%, que Suape III possui (1.452 MW).
Vale lembrar que, como o sistema elétrico nacional funciona de maneira interligada, uma deficiência no abastecimento de energia no Norte ou Centro-Oeste pode exigir que a Suape III seja ligada. Ou seja, os pernambucanos teriam que arcar com o passivo ambiental do funcionamento da termelétrica para resolver um problema fora do Nordeste.
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