Uma mobilização em busca de melhores remunerações e que deve envolver quatro mil médicos no Estado vai prejudicar os usuários de planos de saúde
Cerca de quatro mil médicos em Pernambuco devem participar do movimento grevista nacional que pede às empresas de planos de saúde melhores remunerações e condições de trabalho. No Estado, os profissionais vão deixar de atender, durante todo esta quarta-feira (21), procedimentos eletivos (marcados) como consultas, exames e operações. A estimativa de adesão é do Sindicato dos Médicos (Simepe), que também calcula que a paralisação tem potencial para deixar sem atendimento 400 mil clientes no território pernambucano.
No Estado, sete empresas de medicina de grupo são o alvo do movimento: Viva Saúde, Ideal Saúde, Real Saúde e América Saúde, Golden Cross, Samaritano e Hap Vida (dona das marcas Santa clara, Santa Helena e OPS). Todas elas são ligadas à Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge). A entidade tenta amenizar o movimento e diz que o atendimento está garantido aos clientes. A entidade, inclusive, pagou nota nos três principais jornais do Estado para informar que as empresas vão garantir a assistência médica aos usuários, solicitando equilíbrio e serenidade do movimento médico no sentido de continuar as negociações e salientando que não haverá prejuízo para os clientes.
Apesar da postura, os órgãos de defesa do consumidor esclarecem que, a pessoa que tiver seu atendimento negado poderá acionar as empresas e não os médicos. "A responsabilidade do médico é subjetiva, depende de provas. Contra os planos não há dúvida, eles são os irresponsáveis por oferecer o atendimento. Ou seja, eles têm responsabilidade solidária. Se o beneficiário entrar na Justiça contra a empresa, ela poderá entrar contra o médico", explicou a diretora da Associação de Defesa do Consumidor (Adeccon), Rosana Grinberg que, pessoalmente, critica a postura dos profissionais. "Greve de médico é algo absurdo".
Não é o que pensam outras entidades de defesa do consumidor. "A má remuneração prejudica o consumidor, que acarreta em problemas como a descredenciamento e demora de atendimento. A mobilização é para tentar melhorar. O consumidor tem um papel importante, tem de começar a cobrar da operadora uma melhor remuneração pois ele paga caro pelo serviço", comentou a supervisora institucional da Associação Pro Teste do Consumidor, Polyanna da Silva. O diretor do Procon-PE, José Rangel, disse que o usuário que se sentir prejudicado deve denunciar o plano ao Procon. A adesão ao movimento é uma decisão pessoal do médico.
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