As vendas no mundo virtual devem aumentar 26% este ano, movimentando cerca de R$ 18 bilhões em todo o País
As vendas no mundo virtual devem aumentar 26% este ano, movimentando cerca de R$ 18 bilhões em todo o País, numa projeção feita pela consultoria e-bit. O aumento do uso da internet, o incremento na venda de computadores e dispositivos móveis – como tablets e smartphones – estão provocando um grande aumento nas compras feitas online. Isso já está sendo sentido em negócios de vários tamanhos, indo desde as redes varejistas já estabelecidas, como Walmart e Ponto de Promoção, e até por pessoas físicas que experimentaram uma página no Facebook para vender sua produção artesanal.
“O site Ponto de Promoção era um braço das lojas físicas. Hoje, é um dos principais pontos de venda da nossa rede”, diz o diretor da Ponto de Promoção, Fernando Mendonça Filho. Oferecendo desde eletroportáteis a colchões, o site da Ponto de Promoção estreou em outubro do ano passado como um serviço a mais da rede que tem 38 lojas físicas espalhadas pelos Estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas.
Os produtos comercializados pelo site já representam 5% de todas as vendas da empresa. “As vendas na internet possibilitaram uma empresa de Pernambuco concorrer com as maiores empresas do setor. Encontramos no e-commerce uma oportunidade grande de atender a uma demanda nova”, comentou Fernando. Nas vendas online, a cidade de São Paulo é a segunda maior compradora do site, perdendo apenas para o Recife. A terceira é Fortaleza e a quarta, o Rio de Janeiro.
Isso fez a empresa se planejar para abrir um centro de distribuição em São Paulo em 2012 para atender as demandas do e-commerce. “Desse modo, estaremos perto de dois dos nossos maiores compradores, que são os clientes que estão em São Paulo e no Rio de Janeiro”, explica.
Fernando também relaciona o sucesso do seu site a atuação nas redes sociais e a participação nos principais buscadores de preços online. Para o leitor ter uma ideia do aumento, o site recebeu 350 pedidos em outubro do ano passado, contra os 2.800 realizados em agosto último.
O diretor-geral do e-commerce do Walmart Brasil, Flávio Dias, afirma que o segmento passa por um ciclo virtuoso no País, “uma explosão”. As vendas feitas pelo comércio eletrônico da empresa cresceram 80% em 2010. “Este ano, a nossa expectativa é de um aumento de 60%, ou seja o dobro do que está previsto para a média do comércio eletrônico no Brasil, que é 26%”.
Sem citar números, Dias argumenta que os investimentos em e-commerce são constantes. A empresa já tem 250 pessoas que trabalham, diretamente, com as vendas online. Em algumas categorias de produto, 40% das vendas são virtuais, mas o executivo não revela quais são. Ele acredita que o fato da rede ter lojas perto da casa dos usuários dá mais confiabilidade ao site da empresa.
O incremento das vendas também ocorreu com a estudante de cinema Priscilla Andrade, que colocou várias das bolsas, porta-celular e porta-óculos que fabrica com tecidos na sua página do Facebook há dois meses. “No mês passado, recebi 30 encomendas e cheguei a ter uma receita de R$ 700, embora tenha gasto menos que R$ 50”, atesta.
“Agora, vou acabar o meu curso. Mas depois do final do ano, vou investir nesse negócio e profissionalizar a oferta dos produtos num site”, comenta Priscilla, que enxerga na atividade online um negócio muito promissor. Ela pensa em abrir uma sociedade com uma amiga para dar conta das futuras encomendas.
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