gois de papel
Nunca antes na história deste país, como diria Lula, o Supremo Tribunal Federal, em seus 204 anos, foi tão popular, e os nomes de seus 11 ministros soaram tão familiares aos ouvidos do povão. Nas mesas de bar, nas arquibancadas dos estádios, nas escolas, nas esquinas, personagens como Joaquim Barbosa, Ayres Britto, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Rosa Weber, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski viraram assunto recorrente — para o bem e para o mal.
Tudo graças ao julgamento do mensalão. Aonde vai, o ministro Joaquim, por exemplo, relator do processo, é reconhecido e saudado. A TV do ponto de táxi da QI 11, em frente à Península dos Ministros, no Lago Sul, em Brasília, tem ficado ligada 100% do tempo nas sessões do Supremo. Não é só na capital. Até no Lamas, catedral da boemia carioca, no Flamengo, a turma do chope se pega assistindo ao que vai no julgamento.
O interesse se reflete nas páginas dos jornais. Só no GLOBO, este ano, até o fim de agosto, o termo STF surgiu 1.125 vezes — 125 na primeira página, 990 no noticiário político, 160 na seção de opinião, 45 na coluna do coleguinha Ilimar Franco, outras 42 na do nosso Merval Pereira e, não seria diferente, 92 aqui neste nosso quadrado. Até no Segundo Caderno (cinco vezes), nos suplementos de bairros (três) e, acredite, no Prosa & Verso (duas). Mais que o dobro de menções em todo o ano passado (543).
A concorrência não ficou atrás. Na “Folha de S. Paulo”, a sigla STF — ou o termo Supremo, para os íntimos — foi publicada 1.147 vezes.
É uma baita vitória da democracia (salve ela!). Dos 11 ministros que fazem história e dão exemplo às supremas cortes de países vizinhos, com a possibilidade de mandar para a cadeia politicões envolvidos no mensalão petista, só três não foram nomeados por Lula ou Dilma — Celso de Mello (por Sarney), Marco Aurélio (Collor) e Gilmar Mendes (FH). E, ainda este ano, Dilma deve nomear mais dois, com as aposentadorias de Peluso e Ayres Britto.
Ele é carioca...
Aliás, conta feita por um especialista em STF nestes dias quentes de julgamento dos mensaleiros mostra que o Supremo é... carioca.
Desde a Proclamação da República, o tribunal já teve 32 ministros nascidos no Rio. Logo a seguir, vêm Minas (30), São Paulo (24) e Rio Grande do Sul (17). Mas aí é outra história.
Marceu Vieira
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