domingo, 19 de junho de 2011

Frio, vaidoso, visionário

Janguiê Diniz era pobre, ficou milionário, se diz vítima de inveja e identifica oportunidades como poucos



Foto: Bernardo Soares/JC Imagem



“Laranja, picareta, mau caráter e metido com lavagem de dinheiro”. A lista de predicados foi feita por José Janguiê Diniz para enumerar o que ele sabe que falam dele. “E alguns dos que já me acusaram hoje tomam um vinho comigo. Não é engraçado?”.

O ar blasé, de quem leva pouco em conta o que os outros vão falar, é típico do empresário paraibano, de Santana do Garrote, que chegou ao Recife aos 14 anos, após viajar sete dias de Pimenta Bueno (Rondônia), para onde a família já havia se mudado. A viagem foi desacompanhada, de ônibus. O destino: o escritório de um tio advogado, Nivam Bezerra da Costa, seu único parente na capital, mas que nunca o tinha visto.

Disposto a vencer na vida, o menino José conseguiu trabalho com o tio e ganhava algum trocado para tarefas como datilografar. Foi morar em um galpão do parente na Rua Velha, no Centro do Recife, área que ele, três décadas depois, está dominando com a promessa de revitalizá-la, mas sem esconder seu objetivo central: lucrar. E muito.

Só este mês, Janguiê, fundador e acionista controlador do Grupo Ser Educacional – mantenedor das Faculdades Maurício de Nassau, Joaquim Nabuco, Fabac e do BJ Colégio e Curso – adquiriu dois edifícios, o Trianon e o Art Palácio, na Avenida Guararapes, onde já é proprietário de quase quatro prédios.

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