quarta-feira, 15 de junho de 2011

Negociação da base aliada com Ideli começa com desconfiança

Deputados cobram liberação de emendas de orçamentos anteriores e ritmo acelerado nas nomeações dos segundo e terceiro escalões do governo



As negociações da nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), com os deputados da base governista começaram sob muita desconfiança dos aliados quanto ao comando político montado pela presidente Dilma Rousseff. Uma reunião entre Ideli - que assumiu o ministério na segunda (13) - e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), estabeleceu os parâmetros para um entendimento.

A base quer a prorrogação do prazo para liberação de emendas de orçamentos anteriores, o chamado restos a pagar, de 30 de junho para 31 de dezembro, liberação de 50% das emendas do Orçamento deste ano e um ritmo acelerado para as nomeações dos indicados pelos partidos no segundo e terceiro escalões do governo. Pela regra em vigor, os restos a pagar não processados até 30 de junho vão perder a validade.

Entre os aliados, segundo apurou a Agência Estado no Congresso Nacional, o clima é de insegurança, e a expectativa para começar a reverter esse sentimento é a velocidade que o governo imprimir na apresentação de resultados práticos. Interlocutores governistas informaram que Vaccarezza fez um alerta à ministra na reunião: se não houver uma solução rapidamente, a base não votará o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a lei que fixa as diretrizes para a elaboração do Orçamento.

Para deputados da base, além desses gestos e resultados concretos, a ministra terá de mostrar o lado conciliador que ela diz ter junto com o seu estilo duro. "Ela não tem um perfil de negociadora", afirmou nesta manhã um aliado do governo, resumindo a opinião da base na Câmara.

O encontro de Ideli com os líderes da base na Câmara ainda não está marcado. A ministra participou nesta terça (14) do almoço da presidente Dilma Rousseff com a bancada de senadores do PR, no Palácio da Alvorada. Esse encontro foi adiado pela presidente na semana passada por causa da crise que levou à substituição de Antônio Palocci por Gleisi Hoffmann (PT-PR) na chefia da Casa Civil e a troca do ministro Luiz Sérgio por Ideli Salvatti.

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