segunda-feira, 6 de junho de 2011

Biblioteca ameaçada pelo mofo e descaso

Biblioteca Joaquim Nabuco funciona em condições precárias em uma cidade que cresce em ritmo acelerado

 / Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Localizada no coração do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, a biblioteca Joaquim Nabuco, a única pública da cidade, resiste ao escanteio da prefeitura. Criada há 71 anos, a casa verde na Avenida Historiador Pereira da Costa, no Centro, abriga um acervo composto por mais de 6.500 livros ameaçados pelo mofo nas paredes e no teto. Enquanto o município se desenvolve em ritmo acelerado e recebe trabalhadores de vários Estados, a população local se vê obrigada a contentar-se com uma biblioteca desestruturada, sem luz, nem ventilação.

Um dos principais problemas do estabelecimento é a falta de preparo para enfrentar a época chuvosa. A água escorre pelos pontos de luz e os leitores correm risco de choque elétrico. Há um mês, esse perigo só deixou de existir porque não há energia. Assim, as portas da instituição precisam ser fechadas antes do anoitecer. Além da escuridão que impossibilita a leitura, a insegurança aumenta à noite, pois não há segurança no local. Por causa da ausência de luz, o grupo de poetas Papa Cultura, que organiza recitais todos os meses na biblioteca, deixou de utilizar o espaço.

Fora isso, a fachada da casa está desgastada e a entrada é pouco convidativa, com a parede repleta de infiltrações e jardim com mato crescido. Não existe sinalização de que ali funciona a biblioteca municipal. Numa das principais vias do Cabo de Santo Agostinho, endereço de três escolas públicas, as quatro lâmpadas que deveriam estar na entrada da biblioteca foram retiradas, indicando que a frente do local permanece mal iluminada mesmo quando tem energia.

A prefeitura da cidade esboçou interesse em oferecer melhorias ao local. Comprou e instalou dois aparelhos de ar-condicionado e, no ano passado, inaugurou o que deveria ser um telecentro comunitário com 11 computadores. No entanto, os ventiladores continuam sendo a única forma de climatização. O ar-condicionado não pode funcionar porque os cobogós da parede não foram fechados. O telecentro, instalado em parceria com o governo Federal, possui computadores, mas eles nunca funcionaram.

De acordo com a Secretaria de Educação do município, que já recebeu queixas da população, medidas para resolver os problemas estão sendo tomadas. A gestão municipal informou que até o fim da semana, a biblioteca voltará a ter luz e ventilação. Também adiantou que existe um projeto de ampliação do espaço que prevê a construção de um novo estabelecimento no Centro da cidade. No entanto, não se sabe quando o plano será posto em prática.

CAPACIDADE - Até agora, a Joaquim Nabuco recebe cerca de 50 pessoas por dia, principalmente estudantes e aposentados. As três funcionárias públicas que trabalham no lugar mantêm o local limpo e organizado.
A capacidade é de trinta pessoas sentadas em seis mesas dispostas pela sala, além do espaço de leitura para as crianças. Quando há energia na biblioteca, ela funciona das 8h às 20h.

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