Os candidatos farão provas iguais de cada disciplina, independentemente do curso em que estão concorrendo vaga. O que vai diferenciar, na hora da correção dos testes, é o peso de cada matéria
O vestibular deste ano da Universidade de Pernambuco (UPE) terá novidades. Os candidatos farão provas iguais de cada disciplina, independentemente do curso em que estão concorrendo vaga. O fera de medicina, por exemplo, terá a mesma prova de biologia que o colega de administração. O que vai diferenciar, na hora da correção dos testes, é o peso de cada matéria. Outra mudança será a aplicação de conteúdo único para os vestibulares tradicional e seriado. Os assuntos que cairão nas provas serão os mesmos nas duas seleções, com a diferença que no seriado virão distribuídos em três anos.
O desvio padrão, instrumento usado no cálculo da média, deixa de existir. Aplicado há cerca de 20 anos no vestibular da UPE, o desvio leva em conta o desempenho do grupo e compara o resultado do estudante com os demais concorrentes. O vestibulando não conseguia calcular sua média sozinho pois não sabia qual era esse desvio. A partir de agora, fica mais fácil, pois valerá seu real desempenho. Ele não vai depender da universidade para saber sua nota. Basta somar os acertos e atribuir os pesos.
“Essas são algumas das mudanças. Anunciaremos outras novidades ainda este mês. Tudo foi pensado para qualificar o processo seletivo e beneficiar os estudantes. Iniciamos os debates no final do ano passado e envolvemos representantes dos sindicatos das escolas particulares e públicas e da Secretaria Estadual de Educação”, ressalta a presidente da Comissão do Vestibular e pró-reitora de graduação da UPE, Izabel Avelar.
As mudanças foram elogiadas por diretores e professores. “Acredito que esse vestibular vai avaliar melhor os candidatos. A UPE ouviu nossas críticas e sugestões e construiu conosco as alterações”, observa o diretor-executivo do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco (Sinepe) e diretor do Colégio Dom, Arnaldo Mendonça. “Ao uniformizar as provas, a universidade terá que, em um mesmo teste, colocar questões fáceis, medianas e difíceis. Isso vai exigir mais das bancas elaboradoras”, diz o professor de biologia Fernando Beltrão. “O processo será mais transparente sem o desvio padrão”, destaca o diretor do Colégio Atual, Marcelo Menezes.
Cecília Castro, 18 anos, que tenta medicina pela segunda vez, criticou a aplicação de provas iguais. “Como fera de medicina, acho que devo saber mais biologia que um candidato de engenharia. Preferia que os testes continuassem diferentes”, afirma. Lucas Barbosa, 18, concorda com a colega. “Seria melhor manter provas distintas”, conta o rapaz, candidato ao curso de engenharia mecatrônica. A extinção do desvio padrão foi comemorada por ele. “Ano passado tive a mesma quantidade de acertos nas provas de química e biologia, mas notas diferentes por causa do desvio padrão.”
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