segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

BC decide juro com 'inflações' conflitantes e PIB se recuperando

Termômetro mensal do Banco Central sobre atividade econômica revela que novembro viu a primeira alta depois de três meses. Na indústria, setor que mais sente a crise econômica global, produção voltou a subir e emprego praticamente parou de cair. Índices prévios da inflação em janeiro apontam sinais diferentes. 'Mercado' aposta que, quarta-feira (18), BC cortará juro de novo em meio ponto, colocando-o no governo Dilma pela primeira vez abaixo de Lula.

BRASÍLIA – O Banco Central (BC) decide na próxima quarta-feira (18), pela primeira em 2012, se mantém ou altera o juro básico brasileiro, tendo à mão índices recentes contraditórios sobre o rumo dos preços e dados que sinalizam uma atividade econômica em recuperação. Ao mesmo tempo, defronta-se com um “mercado” que, se prevê que o BC cortará a taxa, continua dizendo que a inflação do ano ficará acima da meta do governo, o que pressiona próprio banco.

Nesta segunda-feira (16), o BC divulgou seu termômetro mensal sobre o crescimento econômico, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), sobre novembro, e se oberva uma alta de 1,15% em relação a outubro, o primeiro resultado positivo depois de três meses de queda. O IBC-Br se propõe a ser uma espécie de prévia sobre o produto interno bruto (PIB), a soma das riquezas do país.

Em novembro do ano passado, dois dados divulgados semana passada pelo Instituto Brasileiro de Grografia e Estatística (IBGE) revelaram, no setor mais prejudicado pela crise econômica global, a indústria, a situação tinha ficado um pouco melhor no emprego – caiu 0,1%, depois de declinar duas vezes seguidas 0,4% - e na produção (alta de 0,3%, depois de duas quedas consecutivas de 0,6%).

O emprego em geral no país, segundo dado divulgado há algumas semanas pelo mesmo IBGE, tinha recuado em novembro para 5,2%, a menor taxa da história, depois de ter passado de julho a setembro estacionado em 6% e tido um pequeno recuo para 5,8% em outubro.

No caso da inflação, o resultado final de 2011, também já divulgado dias atrás pelo IBGE, revelou um índice em cima do limite máximo autoimposto pelo governo (6,5%), e em queda na passagem de novembro (0,52%) para dezembro (0,5%). O patamar mensal de 0,5%, porém, é superior ao necessário para que o governo cumpra a meta de 4,5% (teria de ficar entre 0,35% e 0,4%).

Prévias recentes sobre o comportamento da inflação em janeiro mostraram sinais opostos. O índice que melhor capta o impacto da variação do dólar, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, tinha desacelerado de 0,04% em dezembro para praticamente zero em janeiro (0,01%). Já o IPC da Fipe avançou de 0,61%, em dezembro, para 0,75%, e um outro IPC, este da mesma FGV aponta alta de 0,95%.

Para o “mercado” que o BC consulta toda semana sobre uma série de indicadores, a inflação de 2012 ainda estaria rodando em níveis imcompatíveis com o cumprimento da meta de 4,5%, daí que o setor aposta, segundo a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (16), em 5,3%. Apesar disso, o mesmo “mercado” acredita que o banco diminuirá a taxa em meio ponto percentual, colocando-se no governo Dilma pela primeira vez abaixo do que recebera do governo Lula.

No ano passado, em suas oito reuniões, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu a chamada taxa Selic cinco vezes seguida, mas em agosto, outubro e novembro, reduziu-a três vezes na magnitude que agora o “mercado” aposta que se repetirá (meio ponto percentual). A taxa hoje está em 11%.

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