Ele ajudou a marca Sapeka a crescer tanto que chamou a atenção das gigantes do setor
Aos 50 anos, o empresário pernambucano Wagner Ferreira conseguiu o que poucos profissionais do setor de atacado no Brasil conquistaram: uma marca pessoal. No setor ele é conhecido como “rei das fraldas”, pelo case de sucesso que protagonizou ao transformar uma indústria de fundo de quintal de Goiânia (GO) em líder absoluta do mercado do Nordeste e a seguir em nível nacional por marca.
A Sapeka desbancou as marcas premium das multinacionais em menos de uma década, o que acabou levando a companhia a ser comprada pela gigante Hypermarcas, em março de 2010, por R$ 300 milhões, em função da fatia de mercado que ocupa.
Curiosamente, Ferreira, ex-vendedor da Cervejaria Brahma em Pernambuco, com passagens em grandes empresas como Coca-Cola, Dafruta e Editora Abril, entrou no negócio de fraldas em 1999 quase por acaso, ao ser descoberto pelos industriais Marco Antonio e Vítor Hugo, donos da minúscula Fraldas Sapeka Ltda., localizada em Goiânia, com quem acertou parceria para reposicionamento do mercado e reestruturação da linha de produtos.
Selou ainda uma enorme cumplicidade com os donos da empresa, o que acabou fazendo a Sapeka construir nova unidade em Suape, num momento em que a crise mundial assustava as empresas, que pararam as atividades de promoção.
No final de 1999, relembra Ferreira, após reuniões e algumas pesquisas de mercado, ficou claro que havia grande demanda para o produto. Só era preciso melhorar as embalagens e a apresentação dos produtos, montar grades mais firmes de tamanhos e, principalmente, investir em distribuição, pois, naquele ano, o termo logística não era usado.
“Fizemos um acordo ousado com a pequena indústria”, diz Ferreira. “Tudo que fosse produzido por ela, nossa equipe venderia”. Para isso, Wagner Ferreira fundou no Recife duas empresas. Uma de representação comercial, a Full Time Representações, e outra de distribuição, a M-55. Deu certo. Nos primeiros cinco anos, a parceria Full Time/Sapeka literalmente transformou o mercado nacional da categoria e o Nordeste começou a aparecer como nicho de consumo, dentre as regiões do País.
“O mercado estava por descobrir”, diz Ferreira. “Mas fomos com cuidado. Começamos incluindo cada um dos Estados do Nordeste gradativamente. Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e, só depois, o Ceará e a Bahia. Tivemos médias de crescimento anual de 115%. Era produzir e vender”, contou. Ano passado, segundo dados Nilsen, publicados na Revista Abad de agosto de 2011, a Sapeka virou líder nacional de marca. Além disso, sua segunda linha, a Fuffy, já está em quarto lugar.
Hoje, a Full Time, junto com seus parceiros, atua da Bahia ao Piauí. O seu foco são as pequenas empresas, farmácias, além dos, atacadistas de interior, o chamado varejo tradicional. A M-55 atende o Grande Recife e Zona da Mata. Tem aproximadamente 5.000 clientes em todos os Estados da Região – exceto o Maranhão.
Segundo Wagner Ferreira, para 2012 os desafios são ainda maiores. Primeiro manter o crescimento e a liderança no Nordeste. Segundo, manter a equipe focada nos resultados. E terceiro, processar a inclusão de novos itens no portfólio da Hypermarcas. A chave do sucesso da Sapeka foi a simplicidade. “Enquanto os outros tentam reinventar a roda, nós fomos ao mercado na ponta. Acredito que vamos liderar nos itens que a Hypermarcas agora entrega sob a responsabilidade da Full Time”, conclui Ferreira.
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