Empresa local produz fantasias ganha mercado externo
Os fabricantes de fantasias de Carnaval estão de olho num novo filão: a exportação. Ana Paula Clericuzzi, empresária e sócia da marca pernambucana Gisèle Bisson, especializada em vestidos de festa, visitou feiras de negócios da moda nos Estados Unidos durante algum tempo na intenção de adquirir peças de fora e trazê-las para revenda. A cada viagem, era surpreendida. “Os materiais e acabamentos brasileiros têm uma qualidade infinitamente superior, sem contar com o elemento da criatividade”, conta.
Foi aí que ela decidiu inverter os papéis. Recentemente fechou negócio com uma rede americana e vai fornecer, até agosto deste ano, 5 mil fantasias, de 80 modelos diferentes, que serão usadas especialmente durante o Halloween. Desde 2005, a marca produz fantasias de Carnaval para o mercado local.
Somente para cumprir o pedido dos EUA, a empresa investirá R$ 300 mil, incluindo a compra de novos maquinários para agilizar a produção e baixar custos. “Nossa intenção inicial é abrir um novo mercado e depois, aos poucos, ir impondo a criatividade e o estilo brasileiro”, afirma Ana Paula, que também está em negociação com lojistas franceses.
“O mercado internacional tem a vantagem de não exigir tantos acessórios, o que pode nos dar mais tempo e baixar os custos”, comenta. Para ajudar a disseminar os produtos e expandir as vendas para outros Estados brasileiros, a Gisèle Bisson lança hoje seu site de vendas (www.giselebisson.recebaemcasa.com). A previsão da grife é aumentar em 20% o faturamento em relação a 2011.
Com dois ateliês, um em Gravatá e outro em Abreu e Lima, boa parte da mão de obra da empresa foi captada com ajuda do projeto social Gerando Renda, em parceria com a ONG Casa de Passagem, que também fornecerá mais 13 mulheres para o projeto de exportação. Para atender o mercado local, foram investidos R$ 120 mil. Até 2015, Ana Paula pensa em expandir o negócio através de uma linha de franquias. “Já temos um projeto para abrir mais duas unidades em Pernambuco e uma na Paraíba”.
COMÉRCIO
De acordo com as expectativas da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL), o comércio deve apresentar uma expansão de 6% nas vendas de Carnaval deste ano. “As instalações para o Carnaval colocadas no Centro do Recife prejudicam o varejo. Mas isso já é aguardado pelos lojistas. É como se houvesse um efeito positivo retardatário por conta do Carnaval, já que muita gente aproveita para trabalhar na época e, depois que a festa passa, acaba vindo comprar no Centro”, observa o presidente da instituição, Eduardo Catão.
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