“Tive uma conversa com Humberto, tete-a-tete”

O ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) desmentiu as declarações do secretário das Cidades, Humberto Costa (PT), de que ele não o teria procurado para tentar construir um diálogo com o correligionário a respeito da participação do partido na chapa majoritária governista. “Tive uma conversa com ele tete-a-tete, sem ninguém saber, durante o período de festas. Na verdade, eu estou querendo conversar”, enfatizou, ontem, durante entrevista à Rádio Folha 96,7 FM. João Paulo mostrou disposição para enfrentar tanto Humberto quanto o deputado federal Maurício Rands (PT), em caso de haver prévias pela indicação de candidatura ao Senado.

“Não sei se vou disputar com Maurício Rands ou Humberto, mas me sinto preparado para disputar com qualquer um dos dois”, avisou o ex-prefeito. Contudo ele disse que se o governador Eduardo Campos (PSB) ou o presidente Lula (PT) derem preferência por um nome, não será necessária a realização das prévias. E apesar de considerar o peso eleitoral como um dos fatores na disputa interna, João Paulo garante que isso não será o fundamental na hora da decisão. O importante, na sua opinião, é o PT trabalhar para eleger senadores que darão sustentação ao governo de Dilma Rousseff, no caso de ela chegar ao Palácio do Planalto.

Questionado sobre a origem da conhecida rivalidade com Humberto, João Paulo disse não saber, assim como respondeu o correligionário, na entrevista concedida à Folha. “Eu que gostaria de descobrir, porque tenho um desejo muito grande de ver um processo de paz no partido. No que dependeu de mim, tudo eu fiz. Fui correto com ele quando eu disse: ‘Olhe Humberto, eu fui (candidato a prefeito em 1996) por um acidente, porque você não quis ir, mas se você quiser ser candidato a prefeito em 2000 você vai ser’. Ele conversou com todo mundo e avaliou que não devia ser candidato porque não ganhava para Roberto Magalhães (que disputava a reeleição). Eu fui, me elegi e me reelegi”, argumentou. Na entrevista dada por Humberto, ele disse que não concorreu à PCR, em 1996, por não concordar com as alianças que seu partido estava fazendo.