Um dos maiores críticos da "degradação pública à qual está submetido o sistema político brasileiro", como se posicionou em discurso em março de 2009, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) presidirá a comissão que estudará e apresentará sugestões à reforma administrativa que pretende moralizar o Senado. Ao longo do ano passado, a Casa deu grande contribuição para a degradação a que Jarbas se referia.
Uma crise ética provocada pela má aplicação de recursos públicos revelou a existência de 181 diretorias, 3 mil cargos comissionados (com salários entre R$ 9,7 mil a R$ 12 mil), uso indiscriminado de passagens aéreas e apadrinhamento de parentes comandado pelo próprio presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Os diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi perderam as funções e, após pressão da sociedade, 50 cargos foram cortados. Agora, a comissão presidida por Jarbas pretende reduzir em 40% a refererida estrutura, extinguindo diretorias e cargos comissionados.
A escolha do senador pernambucano foi anunciada ontem pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Demóstenes Torres (DEM-GO). Jarbas voltou a integrar a CCJ em outubro do ano passado, quando o PSDB lhe cedeu a vaga. Em março, por ter feito críticas à corrupção existente no PMDB, em entrevista à revista Veja, ele havia sido destituído por Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador alagoano acabara de recuperar a liderança da bancada do partido e decidiu retaliá-lo.
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