segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CAMPANHA MUNDIAL DE AMAMENTAÇÃO

Semana Mundial da Amamentação começa hoje na estação do Metrô

Ainda não foi criado um alimento tão completo para o bebê quanto o leite materno. Rico em vitaminas, sais minerais, água, carboidrato e anticorpos, o alimento combate uma série de doenças e deve ser administrado exclusivamente até os seis meses de idade. Para divulgar esses benefícios e esclarecer as dúvidas da população, uma série de ações teve início hoje durante a Semana Mundial da Amamentação, realizada em vários lugares no Brasil e no Mundo.

O evento segue até domingo (07), em mais de 120 países, e é realizado desde 1992, sempre na primeira semana de agosto. A mobilização em prol da amamentação começou com uma iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), formada por uma rede mundial de pessoas e instituições.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, se o índice de aleitamento materno nos seis primeiros meses de vida chegasse a 90%, seria possível evitar cerca de 13% das 10 milhões de mortes anuais de crianças menores de cinco anos. Atualmente, menos de 40% das crianças menores de 6 meses em todo o mundo são alimentadas exclusivamente com leite materno. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, esse número chega a 41%, índice considerado bem abaixo do percentual ideal definido pela OMS, que é entre 90% e 100% das crianças nessa faixa etária. De acordo com a Secretaria de Saúde do estado, em Pernambuco, esse número chega a cerca de 65%.

Onze hospitais amigos da criança, os bancos de leite, a Sociedade de Pediatria e a Secretaria Estadual de Saúde estarão juntos nas ações da semana. Todos enviaram representantes para a estação Recife do Metrô nesta segunda-feira, onde foi feito um trabalho de panfletagem, palestra, grupo de teatro, violino e percussão. Nesta quarta-feira (03) ainda haverá a entrega do selo de certificação a nove hospitais do estado considerados amigo da criança. Para receber o selo, o hospital deve cumprir os dez passos para a amamentação, um conjunto de normas instituído pelo Ministério da Saúde.

Segundo Alessandra Fam Galvão Machado, Gerente de Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria Estadual de Saúde, a criança que não mama na primeira hora de vida tem 14 vezes mais chances de morrer por infecção ou diarreia. O colostro, líquido dos primeiros dias, é considerado o leite mais rico em anticorpos que passam da mãe para o filho, oferecendo proteção à várias doenças. Os benefícios também são para as mães, já que o ato de amamentar diminui o risco de diabetes, câncer de mama e de ovário, além de facilitar o restabelecimento do tamanho normal do útero, evitar hemorragia e anemia e auxiliar na recuperação do peso pré-parto.

"A imunidade adquirida pelo leite da mãe não pode ser obtida em outro momento da vida. Cada bebê amamentado recebe um leite que foi feito especialmente pra ele, na medida certa de suas necessidades. Cada bebê e sua mãe tem uma ligação que vai além do sangue, é uma composição química que liga os dois. Os números de aleitamento ainda não são os ideais porque existem dificuldades quando a mulher volta ao trabalho, e a própria falta de apoio em casa e da família", completou Alessandra.

No Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), um grupo de mães monitoras em aleitamento materno desenvolve um trabalho de apoio e esclarecimento há mais de 20 anos. Algumas "mães líderes" são preparadas para divulgar o que sabem entre outras mães da comunidade aonde vivem. Lucia barbosa, 58 anos, dona de casa, foi a primeira mãe a participar do projeto. Ela conta com orgulho que virou referência no Bairro de São José, já que muitas mães a procuram para tirar dúvidas sobre a amamentação. "Gosto de ir de porta em porta procurando a quem ajudar e também receber outras mães na minha casa", completa dona Lúcia.

Fernanda Oliveira de Souza, 17 anos, estudante, já é mãe e conta como conseguiu superar as dificuldades dos primeiros dias de amamentação. "Sempre tive muito leite e passei a sentir muita dor. Recebi ajuda da equipe do banco de leite do Imip, que me ensinou a fazer compressa no peito e tudo voltou ao normal. Hoje, Rebeca mama de 3 em 3 horas e não sinto mais dores. Ela só mama e será assim até os 6 meses. Depois, pretendo dar outros alimentos mas sem abandonar o peito", garante.

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