domingo, 7 de agosto de 2011

Peça As centenárias faz um vigoroso maniefesto à amizade

Com texto de Newton Moreno e direção de Aderbal Freire-Filho, espetáculo tira partido da afinidade entre as atrizes Marieta Severo e Andréa Beltrão



A relação de amizade de Marieta Severo e Andrea Beltrão serviu de – muito – pano pra manga para o diretor e dramaturgo pernambucano Newton Moreno. Na peça As centenárias, que é apresentada amanhã no Recife, o autor celebra a amizade das duas atrizes com um vigoroso manifesto poético, com trechos cômicos e referências à cultura nordestina e ao espetáculo circense.

Dirigido por Aderbal Freire-Filho, o espetáculo está em cartaz desde 2007, passou por oito cidades e já foi assistido por mais de 100 mil espectadores. A peça já conquistou vários prêmios, entre eles, o Shell, em três diferentes categorias. Por aqui, As centenárias fica em cartaz até o domingo, no teatro da UFPE, com uma apresentação por dia, às 21h (sexta e sábado) e às 17h, no domingo.

Marieta Severo e Andréa Beltrão interpretam Socorro e Zaninha, duas carpideiras que percorrem velórios chorando pelos mortos e contando “causos” no interior do Nordeste. Elas têm o papel de confortar os familiares com muita esperteza e dissimulação. Dizem até que nunca morreram porque fizeram um pacto com a Patroa.

“A peça aborda questionamentos que são feitos por todo o mundo, como a preparação para a morte e a angústia humana”, explica Moreno. “No caso de As centenárias, o diferencial é que a pergunta é respondida com sotaque e características da região. Não é maior, nem melhor, é do Nordeste”, destaca.

Newton ainda explica como utilizou da irreverência para falar sobre a reverência da morte, criando uma relação divertida ao tratar de um tema tão nefasto. “O humor é um achado muito forte para lidar com o assunto, por isso o espetáculo parece um circo festivo. Quis fazer uma brincadeira sobre enganar a dita-cuja ou, ao menos, se divertir tentando”, comenta.

As centenárias é uma peça incrível. Com a turnê final pelo Nordeste, estamos fechando um ciclo. Música, direção, cenário... foi um encontro feliz de forças”, conta, emocionado, Moreno.


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