Secretário de Transportes alega viagem de última hora a Brasília para adiar audiência pública
De modo surpreendente e de ultima hora, para decepção da oposição, o secretário de Transportes do Governo do Estado, Isaltino Nascimento (PT), comunicou à Assembleia Legislativa que não poderia comparecer à audiência na Comissão de Desenvolvimento e Turismo, marcada para as 11h desta quinta-feira (25), que iria discutir a situação de degradação das rodovias estaduais.
Na noite da quarta (24), a secretaria havia enviado comunicado à imprensa confirmando a presença do secretário. Isaltino aproveitaria a audiência para anunciar e detalhar o plano de restauração e construção de estradas, orçado em mais de R$ 600 milhões - podendo atingir a R$ 1 bilhão, segundo o deputado governista Aluísio Lessa (PSB) -, que o governador Eduardo Campos (PSB) vai lançar na próxima semana. A data da audiência tinha sido combinada e divulgada por Isaltino na semana passada.
Embora tenha gerado a interpretação de que Isaltino Nascimento tenha sido orientado a não antecipar o anúncio, o secretário dos Transportes enviou ofício (n° 299/2011), com data do dia 24/08 escrita à mão, dirigida ao presidente da Assembleia, deputado Guilherme Uchoa (PDT), oficialmente comunicando a impossibilidade de comparecer. Segundo o teor do ofício, “na referida data estarei me ausentando do Estado de Pernambuco, com vistas a comparecer ao Ministério dos Transportes em Brasília, para discutir assuntos pertinentes às obras que estão sendo realizadas na BR-408, em virtude da visita da presidente Dilma Rousseff”.
Reforçando a justificativa da ausência do secretário, o líder do governo na Assembleia, Waldemar Borges (PSB), acabou sendo dissonante ao final da sessão no plenário da Casa. “A área técnica da presidente Dilma quis informações e discutir aspectos técnicos e recursos para a BR-104, que liga Caruaru a Toritama, que está em duplicação”, revelou Borges.
A audiência era bastante aguardada pela oposição na Assembleia, que na semana passada, também, anunciou o início do “rali da buraqueira”, um levantamento região por região do Estados das estradas que sofrem com buracos e más condições de dirigibilidade. A expectativa dos oposicionistas, que acabou em decepção, era de que seria a oportunidade de cobrar do governo as soluções.
“A gente estava municiado de informações. É um reclame da população. A presença do secretário seria importante porque ele iria expor as providências para resolver o problema; A cobrança (da sociedade) é grande em cima dos deputados, tanto da situação quanto a oposição”, lamentou o líder da oposição, Antônio Moraes (PSDB). “O custo de adiar não é tão grande quanto o de não ir a Brasília. Pior seria não ir”, minimizou Waldemar Borges.
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