quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Depoimento complica situação de soldados

Jovem disse à polícia que um militar saiu do quarto com arma sem balas e voltou com ela carregada. Polícia quer saber se houve intenção de matar manicure


Três dias depois da morte da cabeleireira Monique Valéria de Miranda Costa, 20 anos, em um quarto do Hotel de Trânsito de Oficiais, no Parque de Material Aeronáutico, no Ibura, Zona Sul do Recife, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga se a intenção dos soldados que entregaram a arma às meninas era matar a jovem. Monique morreu ao ser atingida por um tiro acidental disparado por uma das duas amigas que também estavam no local.

Segundo o delegado Igor Leite, que assumiu as investigações, a dúvida surgiu depois que uma das jovens informou em depoimento, na madrugada do domingo, que um dos soldados saiu do quarto com uma pistola sem munição e depois voltou com a arma carregada. A informação foi confirmada por uma das amigas de Monique.

Também após o depoimento, a Polícia Civil acredita que havia mais de uma arma no quarto e quer detalhar como foi o manuseio da pistola que matou Monique. "Queremos saber exatamente como foi o manuseio da pistola 9 mm para ver se há a possibilidade do tiro ter sido disparado acidentalmente. Outra dúvida nossa é como os soldados agiram diante da morte da menina. Temos 30 dias para concluir o inquérito e punir os culpados", explicou o delegado Igor Leite.

O delegado informou que as duas jovens, além dos três soldados, devem voltar a prestar depoimentos ainda hoje para explicar detalhes do homicídio e a ordem cronológica dos fatos. Um outro inquérito foi aberto, anteontem, para investigar como as três jovens conseguiram entrar no local. Inicialmente, os soldados serão autuados por abandono de serviço e por terem consumido bebida alcoólica dentro da base militar.

A mãe de Monique, Vilma Rejane de Miranda, 46, ainda muito abalada, falou à reportagem que acredita na justiça, mas que ainda tem dúvidas sobre o que realmente aconteceu. "Apenas uma das amigas da minha filha apareceu aqui em casa para contar tudo que tinha acontecido. A que atirou em Monique ainda não apareceu. Espero que ela me conte tudo para que eu não possa mudar a minha opinião sobre ela", disse.

CRIME
- As três jovens saíram de casa dizendo que iriam para uma festa no Clube Internacional, Madalena, Zona Oeste da capital, mas decidiram seguir para o quartel depois que receberam o convite, por telefone, de um dos soldados. Elas foram até a base militar em mototáxis e conseguiram entrar com os soldados. No quarto, um dos rapazes entregou uma arma para uma das jovens, que teria disparado acidentalmente contra Monique.

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