A promessa de dar mais transparência ao financiamento de campanhas, acenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em pleno ano de corrida às urnas, já ganhou inimigos entre presidentes e representantes de partidos políticos. Para impedir que saia do papel a resolução acabando com as chamadas doações ocultas, políticos negociam nos bastidores e se armam com um discurso de que a ofensiva desrespeita o Congresso, uma vez que a matéria acaba de ser votada na reforma política aprovada pela Câmara e pelo Senado. E, caso o TSE aprove que sejam detalhados o recebimento e o repasse de verbas aos candidatos em campanha por agremiações, o assunto pode mesmo ir parar no Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente do PP, senador Francisco Dornelles, defende que os partidos recebam os recursos e façam a distribuição conforme acharem conveniente. "Quem paga os custos com a produção do programa eleitoral gratuito e os problemas jurídicos? Somos nós. É lógico que, no repasse, o candidato a governador fique com mais verba que o candidato a deputado estadual. Faz parte da estratégia. Isso é coisa de quem não entende de campanha", reclama. Para Dornelles, sem a distribuição feita pelas legendas, candidatos desconhecidos não conseguiriam concorrer. "Se você proibir que os candidatos recebam doação, 95% deles não vão disputar."
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