Durou menos de uma hora a conversa entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o deputado federal e candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PSB), ontem, no Palácio do Campo das Princesas. O horário estava apertado porque a dupla tinha hora para chegar ao estúdio da Urso Filmes, onde gravou o programa nacional da legenda que vai ao ar dia 18. O pouco tempo, no entanto, foi suficiente para que eles saíssem da reunião com discurso afinado. Ciro, deixaram claro, permanece na disputa, independente da pressão recente feita por petistas para que ele abandone o páreo.
A estratégia de “aproveitar ao máximo os dois turnos da eleição” é acertada com o presidente Lula que, em nenhum momento, frisou Eduardo, fez pressão para que o parlamentar desistisse, embora tenha como sua presidenciável preferida a ministra Dilma Rousseff (PT). Num sinal de que o que importa é a última palavra do chefe do Planalto e não dos “ansiosos” que estariam na periferia do PT, Eduardo Campos - como presidente nacional do PSB - deu o recado: “Não adianta as pessoas tentarem criar crises na nossa relação com o presidente Lula, nem na nossa relação com o PT. Nós sabemos das nossas diferenças e temos administrado-as. É preciso que aqueles que estão ansiosos possam baixar essa ansiedade, porque eu quero ficar daqui olhando essa ansiedade da oposição”.
Ciro Gomes, com a língua afiada de sempre, disparou: “O PT acostumou-se a tratar os parceiros como bucha de canhão. Por exemplo, o PCdoB é feito de gato e sapato. Não tem direito, hoje, de influenciar, em absolutamente nada. Quis se fazer muito isso com o PSB. Mas Dr. Arraes nunca deixou”. Ciro Gomes citou o que o diferencia de Dilma: experiência e circunstância política. “Isso não me faz melhor do que ela. Não quero diminuí-la. Mas eu já fui candidato a presidente duas vezes, governador de Estado, ministro duas vezes, uma delas ajudando a fazer a moeda em circulação no Brasil, o Real. Fui prefeito de capital, deputado estadual duas vezes. Hoje sirvo ao País como deputado federal mais votado”.
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