sábado, 6 de fevereiro de 2010

Oposição tenta recuperar o tempo perdido

Tirados do poder após serem derrotados pelo governador Eduardo Campos em 2006, os partidos de oposição em Pernambuco dormiram no ponto, segundo alguns analistas. Desde as últimas eleições gerais até o fim de 2009, mostraram pouca articulação. Partiram para ações isoladas (e esporádicas), deixaram de ocupar espaços no interior e, o mais complicado, não construíram opções de quadros suficientemente fortes para a disputa majoritária deste ano. Resultado: chegaram em 2010 enfraquecidos e dependentes, mais uma vez, do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Agora, enquanto ensaiam a reedição da aliança que governou o estado entre 1999 e 2006, PMDB, PSDB, DEM e PPS começam a agir em bloco. Apostam na tese do antes tarde do que nunca.

E as ações coordenadas começam a fazer efeito. No fim de 2009, a denúncia de uso indevido de recursos públicos para bancar shows fantasmas patrocinados pela Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) resultou na queda do secretário da pasta, Silvio Costa Filho (PTB). Rendeu, ainda, a abertura de processo no Ministério Público Federal. As investigações estão em andamento. Agora, a bancada de oposição na Assembleia Legislativa prepara nova investida. Desta vez, apresentará, na próxima segunda-feira, no Tribunal Regional Eleitoral, denúncia contra o governador Eduardo Campos (PSB) e seus aliados. Os parlamentares argumentam que os governistas promoveram atos de campanha eleitoral durante as visitas que fizeram a cidades no Sertão ao longo desta semana

Por sua vez, o deputado federal e presidente do PPS pernambucano, Raul Jungmann, entende que a letargia vista na oposição foi consequência natural da derrota nas urnas em 2006. "Houve uma desarticulação e um abatimento que exigem tempo para recuperação". Ele argumenta que a popularidade do presidente Lula limita a atuação da oposição e que a cúpula dos partidos - os senadores Jarbas, Sérgio Guerra (PSDB) e Marco Maciel (DEM) - não constituiu um comando político necessário à articulação política. "A ação deve existir de baixo para cima, mas também de cima para baixo", salienta.

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