Fatores de risco político na montagem da campanha e crises internas no governo criadas por assessores de confiança no fim do ano podem ter contribuído para provocar a crise hipertensiva do presidente Lula. Auxiliares do presidente identificam em Lula sinais de que ele está ansioso para resolver logo a aliança que vai compor a chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), candidata à sua sucessão.
Tanto é que, embora tenha combinado que só trataria da retirada da candidatura de Ciro Gomes em março, um pouco antes de ser levado às presas para o Real Hospital Português, no Recife, com uma crise de hipertensão, Lula tentava dar uma solução para o tema com o governador Eduardo Campos, presidente do PSB.
Lula está muito preocupado com a manutenção da candidatura de Ciro Gomes por avaliar que Ciro e Dilma subtraem votos um do outro. Assim, ao mesmo tempo em que tenta encontrar um jeito de fazer do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o vice de Dilma - sem poder expor a ideia, para não magoar o presidente do PMDB, Michel Temer, que luta pela vaga -, Lula tem de administrar a questão Ciro.
O presidente tem “carregado” Dilma a tiracolo por onde vai, para dar-lhe o máximo de visibilidade possível, tornando-a conhecida dos eleitores. Mas exatamente por fazer isso ele tem visto também que sua candidata favorita não tem conseguido empolgar as massas. Enquanto os discursos de Lula deixam a plateia vidrada, os de Dilma são bastante insossos, com muitos erros e gafes e não arrancam aplausos.
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