Com uma base aliada de tamanho mais reduzido que na Câmara e poucas chances de negociação com o PSDB e o DEM, o governo terá que impor sua maioria se quiser aprovar os quatro projetos do pré-sal ainda no primeiro semestre de 2010.
Senadores da base aliada, como Renato Casagrande (PSB-ES) e o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), reconhecem que a tarefa não será fácil e por ser tratar de um ano eleitoral, quando os trabalhos legislativos são praticamente interrompidos a partir de julho por conta das campanhas.
Mercadante afirmou que essa é uma pauta do governo e, por isso, não cabe estabelecer expectativas de um acordo com a oposição em torno das matérias mas, sim, mobilizar a base, ter maioria e votar. O líder petista destacou que, em ano eleitoral como 2010, com eleição presidencial e renovação de dois terços do Senado, “sempre se exige uma concentração de esforços maior de fevereiro a junho” para que matérias estratégicas, como o pré-sal, possam ser apreciadas em tempo hábil.
Casagrande, por sua vez, disse que a possibilidade de tramitação rápida no Senado depende fundamentalmente de uma “amarração” das matérias que ainda estão na Câmara e só serão apreciadas a partir de fevereiro. Ele destacou, especialmente, os projetos que tratam da distribuição dos royalties entre os estados e o modelo de exploração, se concessão ou partilha, como pretende o governo. “Se fechar mal [os projetos] na Câmara, não tem como votar nada no Senado", avalia Casgrande. "O projeto do pré-sal é polêmico no seu debate ideológico e tornou-se mais ainda na questão da distribuição dos royalties."
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